Editorial | Da redação | 06/07/2008 17h46

Julho: Tolerância Zero

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Os dois mais importantes órgãos desportivos de Mato Grosso do Sul estão sob novo comando. Há alguns meses, na Funesp (Fundação Municipal de Esporte), o professor João Rocha deixou o cargo e foi substituído pelo professor Carlos Alberto Assis, que, para assumir a entidade, licenciou-se do cargo de presidente do Comercial. Já na Fundesporte (Fundação de Esporte do Estado), Dirceu Lanzarini deixou o cargo e quem assumiu foi o coronel da PM e profissional de educação física Júlio César Komiyama. Estes novos titulares serão os responsáveis pelos investimentos e fiscalização no esporte. O poder público investe no esporte, mas tem o dever de fiscalizar onde e como este dinheiro está sendo investido.

Não podemos admitir novamente que nosso dinheiro seja usado de forma ilícita, como por exemplo, no final de 2006, quando o presidente da Fundesporte era o vereador douradense Carlinhos Cantor, que destinou a quantia de R$ 300 mil para o clube Ubiratan de Dourados, para que este se reestruturasse. Qualquer pessoa que puder ir à Dourados, verá que nenhum centavo foi investido no clube, ex-campeão estadual de futebol. Porém, existem outras maneiras de se investir de forma errada em esporte, formas mais sutis do que essa vergonha da Fundesporte e do Ubiratan em 2006.

Uma delas é investindo em projetos errados. O Esporte Ágil acredita que apesar do esporte de Campo Grande e do Estado estar evoluindo, precisamos aplicar esta verba de forma que valorize os melhores projetos. Nos últimos meses, a Fundesporte, através do FIE, entregou R$ 15 mil para uma federação desportiva que sequer projetos de iniciação esportiva possui. Esporte de elite, que apenas associados dos grandes clubes praticam na Capital. O esporte verdadeiramente saudável requer comprometimento social, precisa ajudar as pessoas em seu crescimento, seja físico, social e emocional e, infelizmente, existem modalidades que não atentam para isso em nosso Estado.

As entidades, seja Fundesporte ou Funesp, precisam ficar com seus olhos bem abertos, privilegiando não apenas as modalidades que tem alcançado resultados expressivos, mas também aquelas que tem atuado juntamente às comunidades, que priorizam as categorias de base, que fazem este trabalho de inclusão social através do esporte. Priorizar as modalidades que estimulam a educação, disciplina, trabalho em grupo, saúde e outros bons valores. Depois disso, é necessário fiscalizar rigorosamente onde e como esta verba está sento investida. O esporte é uma atividade saudável, mas nem sempre as pessoas envolvidas com ele estão bem-intencionadas. Existem pessoas que buscam brechas neste caminho do dinheiro que é investido no esporte para benefício-próprio.

Estas entidades tem papel crucial no desenvolvimento do esporte em Mato Grosso do Sul, estado ainda não industrializado, com base de sua economia na pecuária, onde federações e clubes não encontram muito pouco apoio na iniciativa privada. Logo, o incentivo público torna-se, muitas vezes, a única fonte de renda destas entidades, que promovem o esporte local. A iniciativa privada precisa investir no esporte, pois quando o faz, isso não é apenas um benefício para entidades e atletas, mas para si mesmo, pois todo incentivo em esporte, retorna em benefícios para toda a sociedade, pois o esporte tira crianças e adolescente de situações de risco, melhora sua educação, sua saúde e outros, auxiliando de forma direta e indireta na formação da base de uma sociedade.

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