Bate-Bola | Rosália Silva | 13/05/2005 15h37

Edgar Gonçalves fala sobre o Estadual de Enduro de Motos

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Edgar Gonçalves, 42 anos,

No próximo dia 22 de maio acontece a terceira etapa do Campeonato Estadual de Enduro. Para falar da prova que acontece no município de Maracaju, o diretor técnico do Enduro Moto Clube, Edgar Gonçalves, 42 anos, veio ao Esporte Ágil.

A trilha terá  133.09 km e começa às 8 horas, do domingo, com largada no posto Carretão. Serão cerca mais de cinco horas de muitas pegadinhas, na prova realizada pelo Enduro Moto Clube, com supervisão da Femems (Federação de Motociclismo de MS). Em cada etapa, na "largada promocional", que acontece nos sábado, o público confere as manobras radicais apresentadas pelos Cobras ou Stily Whelling.

Edgar, que nasceu em Campo Grande e morou por muitos anos em Maracaju, conta que começou a se interessar pelas motos em função de um irmão, que também realizava provas no Estado, quando o enduro ainda era chamado de rali.

O objetivo do Moto Clube é neste ano fechar as disputas em Campo Grande, na oitava etapa do Estadual. O que segundo Edgar é um desafio, em função do patrocínio, do tamanho da cidade e em conseguir reunir um grande público.

"Enduro é família", explica Edgar, "a maioria dos pilotos vai acompanhado de esposa e filhos", completa.

 

Esporte Ágil - Desde quando você realiza provas de enduro em MS?
Edgar - Eu comecei a participar de enduro desde 1987, quando vim para Campo Grande. Na época, eu só ajudava, fazia PCs, estas coisas. Eu assumi mesmo o enduro depois que a modalidade teve uma parada em 90 a 93. Comecei a fazer, eram 10 a 15 pilotos. Inclusive o primeiro enduro que fiz tinha 13 pilotos. De lá pra cá batalhamos bastante, melhorou muito de 2000 para cá, porque na verdade era desenvolvido mais em Campo Grande. Em 2000, eu comecei a levar as provas para o interior. Fiz o primeiro enduro em 2000, de quase 800 km. De Campo Grande passamos por Sidrolândia, Maracaju, Guia Lopes, Jardim, Bonito, Dois Irmãos, Terenos e voltamos para Campo Grande. Aí, o pessoal do interior começou a vir.

Esporte Ágil - E hoje, quantas pessoas praticam o enduro de motos em MS?
Edgar - A primeira prova que fizemos este ano em Dois Irmãos do Buriti tinha 114 motos. Em média, é em torno de 150 motos. Quando a prova é mais para o Sul do Estado, os pilotos do Norte (que ficam longe, cerca de 600 km a 700 km) não vêm. Quando é mais central, todos vêm.

Esporte Ágil - E quais são as principais características de um enduro de motos?
Edgar - O principal é a diversão. Não tem idade, tanto um menino de 16 anos vai, quanto um senhor de 80. Não tem distinção de idade, nem de moto. Pode ser uma moto DT 180, que hoje custa R$ 1,5 mil, a uma importada que custa R$ 50 mil. A disputa será a mesma, porque é regularidade e não velocidade. E é diversão. Hoje, o nosso enduro é praticado por advogados, médicos, empresários que gostam de moto, de fazer trilha nos fins de semana. Na verdade, o enduro é uma trilha organizada.

Esporte Ágil - Têm muitos pilotos de outras categorias que participam do enduro?
Edgar - Tem piloto do Speed Way, que é moto nacional, tem piloto de Cross Country e também pilotos de enduro que participam de outras categorias. Não Motocross, porque exige mais dedicação e preparo físico. O pessoal do enduro é mais barrigudinho!

Esporte Ágil - Tem algum piloto destaque, por que enduro também é um campeonato?
Edgar - Tem, conta pontos. Esse ano são oito etapas. O piloto que ganha, o vencedor, soma 25 pontos. Tem três categorias hoje: máster, dos mais antigos, a sênior e a novato, que são dos mais iniciantes. No fim do ano, os quinze primeiros novatos passam para a sênior e os dez primeiros seniores, passam para a máster. A máster geralmente é composta por homens que estão lá há dois ou três anos, é um cara no fim da carreira que já vai arrumar outro esporte para ele. Tem um de Corumbá mesmo, que há quinze anos faz enduro. Uns param, vão procurar outra coisa, outros continuam.

Esporte Ágil - A próxima prova será no outro fim de semana?
Edgar - Sim, nos dias 21 e 22 em Maracaju. A prova realmente é no dia 22. E no sábado acontece a largada promocional, porque o enduro é um esporte individual. Como é um minuto de diferença um do outro, poucos andam juntos. Fazemos a largada promocional no sábado à noite para o público ver as motos, os pilotos, as roupas, capacetes e botas. No palco falo o nome do piloto, a moto usa e o seu patrocinador.

Esporte Ágil - Alguma coisa diferente na trilha desta prova?
Edgar - A trilha na verdade, como é de regularidade, antigamente era mais difícil. Tinha que subir morro, sobrevivência mesmo. Hoje, no Brasil inteiro, Paraná e Minas Gerais são os berços do enduro, o piloto tem que ter equipamento, computador, navegador, planilha têm que seguir o que eu mando. O comando é da planilha e eles têm que seguir velocidade e virar à direita 3 km e 200 metros... O que aqui a gente chama de pegadinhas, lá eles chamam de laço, porque faz passar no mesmo lugar duas ou três vezes. Então, o piloto que não tiver a certeza do que está fazendo, fica perdido. Aqueles que navegam melhor são os que estão ganhando.

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