Vôlei | Da redação | 21/12/2004 20h01

Janina mantém dois centros de treinamento de vôlei no RJ

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Janina mantém dois centros de treinamento de vôlei no RJ

Entre os candidatos da peneira de vôlei masculino do Banespa/MasterCard/São Bernardo, cinco garotos exibiam, orgulhosos, uma camiseta com a foto estampada da central Janina, que já defendeu a Seleção Brasileira e hoje atua no Macaé/Sports. E não se trata apenas de fãs da jogadora, mas sim crias dela. Há quatro anos, Janina inaugurou dois centros de treinamento no Rio de Janeiro - um no bairro periférico de Brás de Pina, onde ela nasceu, e outro em Niterói. O projeto, que hoje atende 50 jovens carentes de 13 a 19 anos, já está dando resultados. Os garotos foram ao Esporte Clube Banespa, em São Paulo, acompanhados do professor Paulo Eduardo Gomes, já que a "madrinha" irá disputar nesta quarta-feira um confronto válido pela Superliga Nacional. Um deles, que está fazendo testes para a posição de líbero, continua na briga por uma das disputadas vagas nas categorias de base do clube: Charles Ricardo Barros dos Santos, de 16 anos. O resultado será divulgado amanhã. Gomes explicou que a intenção era ter trazido mais jogadores para a peneira. "Queríamos ter trazido 13 atletas, mas faltou dinheiro, pois não temos patrocínio." Mesmo sem os recursos ideais, os núcleos de treinamento têm sido a oportunidade de uma vida melhor para muitos jovens. Em Brás de Pina, por exemplo, o voleibol conquistou o respeito até de quem não teve esta chance na infância. "Na nossa comunidade, há um lugar chamado cinco bocas. São cinco ruas que desembocam no mesmo lugar, e em cada uma delas há um ponto de venda de drogas. Muitos dos que treinam conosco foram resgatados de lá. E é interessante, porque quando eu passo, os traficantes, com metralhadoras na mão, fazem questão de me cumprimentar: 'oi, professor!'. A gente conquistou o respeito e a confiança de todos, até das pessoas do tráfico", relatou Gomes. Por isso, os profissionais do projeto de Janina acabam tendo um papel educacional fundamental. "Os alunos ficam mais tempo conosco que com seus pais. Alguns chegam a me ligar de madrugada para contar os problemas." Desta forma, os cinco atletas que vieram a São Paulo ouviram atentamente os conselhos de Gomes. "É a primeira peneira que participamos, e já começamos com a maior do Brasil. Mas os nossos treinamentos são similares aos dos clubes, então fiz questão de dizer a eles que a comissão técnica do Banespa/MasterCard/São Bernardo não iria pedir nada que eles não soubessem fazer, como dar uma manchete plantando bananeira", brincou o professor, prometendo que no ano que vem irá trazer novas promessas.

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