Ádria e Clodoaldo os melhores paraolímpicos de 2004
Ádria e Clodoaldo os melhores paraolímpicos de 2004
Na noite desta terça-feira, no suntuoso Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Ádria Santos e Clodoaldo Silva fecharam o ano com chave de ouro. Diante os atletas de elite brasileiros, em pleno Prêmio Brasil Olímpico, a velocista cega recebeu o título de Melhor Atleta Paraolímpica de 2004, na categoria feminina, enquanto o nadador, paralisado cerebral, venceu entre os homens. No total, estiveram presentes 43 paraolímpicos com deficiência. A indicação dos atletas foi feita pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro. E não era para menos. Ádria é a atleta nacional que mais ganhou medalhas em Jogos Paraolímpicos. Das cinco edições da competição que já disputou - entre Seul-88 e Atenas-2004 -, a mineirinha de Nanuque conquistou quatro ouros e oito pratas. Em solo grego, o mito ganhou um ouro e duas pratas. Com o prêmio, a velocista conseguiu mais um feito inédito - ela é a primeira mulher a receber o troféu do Prêmio Brasil Olímpico. Já Clodoaldo Silva é o maior atleta paraolímpico brasileiro de todos os tempos. O nadador potiguar faturou nada menos que onze medalhas - seis de ouro, quatro de prata e uma de bronze - apenas competindo em Sydney e Atenas. E não é só a quantidade de conquistas que impressiona, mas a maneira como as consegue. Na capital grega, o brasileiro bateu nada menos que quatro recordes mundiais (50, 100 e 200m livre, além dos 50m borboleta) e um paraolímpico (revezamento 4x50m medley). "Não imaginava voltar a receber novamente este prêmio tão rápido. Estou muito contente. Acho que temos que comemorar este ano de vitória e de crescimento no esporte brasileiro. O Prêmio Brasil Olímpico é mais uma prova de que o esporte brasileiro está se unindo cada vez mais", conclui o nadador. Em solo grego, seu desempenho foi tão fantástico que se ele fosse um país, sua posição no quadro de medalhas seria a 27ª, superior à performance de potências como Itália e Holanda. Além disso, individualmente, a fera das piscinas ficou na terceira colocação. Como sempre, Clodoaldo tinha de quebrar algum recorde. Ele é o primeiro a ser considerado o Melhor Atleta Paraolímpico do Ano em duas ocasiões (e de maneira consecutiva). "Estou muito feliz pelo reconhecimento. Mesmo no meio de tantas estrelas do nosso país, eu fui lembrada", afirma a corredora. Entre os homens, o título de Melhor Atleta de 2004 ficou para o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, que ainda recebeu a medalha Barão de Coubertin e um abraço do grego Polyvios Kossivas, que o desvencilhou do padre irlandês em Atenas. Daiane dos Santos ficou com o título entre as mulheres.
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