Bate-Bola | Da redação | 27/06/2006 18h42

Bate-bola:Reginaldo Melo Sena

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O presidente da Federação de Basquete durante o Prêmio Esporte Campo Grande O presidente da Federação de Basquete durante o Prêmio Esporte Campo Grande (Foto: Luis Carlos Martins/Esporte Ágil)

Reginaldo Melo Sena

Campo Grande (MS) - O prudentino (natural da cidade de Presidente Prudente-SP) Reginaldo Melo Sena assumiu a Federação de Basquete de Mato Grosso do Sul em 1998 e vêm realizando um trabalho destacado junto às categorias de base e, nas categorias adultas, uma equipe de MS chegou a participar do principal campeonato brasileiro feminino durante sua gestão. O Esporte Ágil entrevistou o fisioterapeuta em sua clínica, em Campo Grande, quando ele falou sobre basquete, a federação e sobre suas idéias sobre o esporte de Mato Grosso do Sul.

Esporte Ágil - Você foi jogador de basquete?
Reginaldo Sena -
Sim, joguei basquete adolescência, chegando a integrar a seleção paulista. Depois tive um problema no joelho, e fui estudar, fiz minha faculdade. Mudei-me Campo Grande, e cheguei a jogar um pouco. Depois em 1997, comecei a ajudar a Federação e, em 1998, fui eleito presidente, onde estou até hoje.

Esporte Ágil - Como você encontrou a Federação?
Reginaldo Sena -
Para ser sucinto, existe um ranking de federações desportivas de basquete. A colocação de Mato Grosso do Sul era vigésima quinta; vencia apenas do Acre e da recém-criada Federação de Tocantins. Na minha gestão, chegamos a sétima colocação; hoje estamos em décimo ou décimo primeiro. Em 2003, levamos uma equipe para disputar o Campeonato Brasileiro Principal; a equipe do Dom Bosco participou da Liga Nacional Feminina, o que foi um grande avanço para o basquete sul-mato-grossense, fato inédito. Hoje, temos a hegemonia na categoria infanto-juvenil masculino e feminino no Centro-oeste.

Esporte Ágil - Quais as ações da Federação para alcançar estes resultados?
Reginaldo Sena -
O projeto MS olimpico já revelou 11 atletas para as seleções brasileiras de base. Diante de todas as dificuldades existentes, eu acho que o grande trabalho foi este. Ele já existia, e nós demos continuidade, sendo a único federação que consolidou este projeto. Vamos para o décimo MS Olímpico, disputado nas categorias infantil e infanto-juvenil, em nível estadual. Eu acredito que estes sejam os grandes destaques da federação: a continuidade e consolidação do MS Olímpico e a participação na Liga Nacional. Precisamos desenvolver a modalidade no estado, que não tem uma cultura esportiva, não temos indústrias para patrocinar. Eu vejo colegas de outras federações e as dificuldades são as mesmas, de falta de patrocínio.

Esporte Ágil - Existe alguma solução para isso?
Reginaldo Sena -
Em 2001, ajudamos a criar a lei de incentivo ao esporte, mas todos temos dificuldades naturais de nossa situação geográfica para encontrar patrocínios. A lei é muito boa, mas ela precisa ser modernizada, melhor aplicada e melhor valorizada. Creio que a lei de incentivo ao esporte seja o grande caminho. O Governo Federal está lançando à partir do ano que vem, a lei de incentivo ao esporte nacional, mas não sabemos todas suas características, pois ela ainda é um embrião.

Esporte Ágil - Como você avalia o esporte em MS?
Reginaldo Sena -
Dentro de nossa realidade, o esporte de MS vêm realizando um trabalho muito bom. Sempre temos uma modalidade ou outra se destacando nacionalmente. Com toda dificuldades que temos, temos ido bem.

Esporte Ágil - Como você avalia a importância do esporte em geral?
Reginaldo Sena -
O esporte é, na minha concepção, um instrumento para desenvolver a liderança do cidadão, desenvolvendo o fisico e a mente, auxiliando-o no modo de vida. O esporte é fundamental na vida do cidadão. Ele devia ser como em Cuba, obrigatório desde a infância.

Esporte Ágil - O estado possui um problema geográfico para o desenvolvimento do esporte?
Reginaldo Sena -
Sim. De Três Lagoas à Corumba, são mais de mil quilômetros. Isso é uma grande dificuldade, pois temos sempre que centralizar as competições, para nao prejudicar alguma cidade. São Paulo não possui essa barreira geográfica, pois 15 quilometros separam uma cidade de outra.  Para Campo Grande para fazer um amistoso no basquete, tem que ir à Dourados, percorrendo 220 quilômetros; ou Maracaju, distante aproximadamente 200 quilômetros também. Isso é um grande problema para o desenvolvimento das modalidades. Os clubes se superam nisso, com todas as dificuldades eles se superam.

Esporte Ágil - A prática do basquete nas escolas é satisfatória?
Reginaldo Sena -
Não. A lei federal que tirou a obrigatoriedade da educação física prejudicou todas as modalidades. A prática desportiva nas escolas devia ser uma obrigação em nosso país, mas não é.

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