Bate-Bola | Osvaldo Sato/Da redação | 20/07/2007 12h23

Bate-bola: Marcelo Nunes

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O jornalista Marcelo Nunes é o presidente da Federação de Boxe de Mato Grosso do Sul. O jornalista Marcelo Nunes é o presidente da Federação de Boxe de Mato Grosso do Sul. (Foto: Esporte Ágil/Osvaldo Sato)

Marcelo Nunes

O jornalista Marcelo Nunes tem uma longa e respeitada carreira no jornalismo esportivo. Ele também é presidente da Federação de Boxe de Mato Grosso do Sul desde 2005 e, passados dois anos, colocou a modalidade em evidência no cenário estadual, com vários torneios com sequência e um aumento gradativo de atletas de competição. Além disso, tem trabalhado pela interiorização do boxe e o incentivo às categorias de base. Em entrevista ao Esporte Ágil, ele falou sobre as características da modalidade, seu crescimento no Estado e os próximos desafios da Federação.

Esporte Ágil - Como você conheceu e envolveu-se com o boxe?
Marcelo Nunes -
Sou profissional da comunicação esportiva desde 1989. Comecei no rádio-jornalismo. Ingressei no Jornal Primeira Hora em 1999, cobrindo eventos e competições em todos os esportes. Uma vez, vi o Tião (professor de boxe em Campo Grande) realizar um evento de boxe no Guanandizão e levar um grande prejuízo, sem apoio algum. Então resolvi ajudar ele, viabilizava passagens, fazendo contatos, enfim, atuando nos bastidores até 2005, quando venceu o mandato do Raul Ratier, então presidente da FDBMS, e fui convidado para ser o novo presidente da entidade. Eu consultei o presidente da Confederação Brasileira de Boxe, Cláudio Bozelli, consultei o Sergio Cruz, então dono do PH, pelo fato de eu ser um jornalista assumindo uma federação esportiva. Todos concordaram e eu assumi este desafio.

Esporte Ágil - Quais as ações da Federação de 2005 até hoje?
Marcelo Nunes -
Criamos vários campeonatos e demos seqüência à eles, como o Campeonato Estadual de Base (para atletas de 10 a 16 anos), o Circuito Metropolitano (realizado em 3 etapas) nos bairros, para levar o boxe a periferia. Realizamos o Campeonato Estadual de Boxe, a Copa Primeira Hora de Boxe (esta já realizada há 8 anos) e os Desafios de Campeões, estes dentro do calendário da Federação, fora outros eventos que apoiamos. Criamos a Copa Sul, que é uma competição na região sul, reunindo atletas de Dourados, Ponta Porã e Fátima do Sul. Iremos criar a Copa Norte neste ano, com atletas de Coxim, Sonora, São Gabriel do oeste e Camapuã. Quando assumi a federação, havia atletas apenas na Capital e alguns em Ponta Porã. Atualmente, temos boxe em 16 municípios, com a modalidade muito desenvolvida, com muitas competições e aproximadamente 170 atletas de competição.
Não havia cursos para técnicos, para árbitros e quase não levávamos atletas para o Brasileiro. Atualmente, realizamos muitas lutas, estamos buscando criar atletas de ponta, mas isso leva um certo tempo. Mas acredito que estamos no caminho certo.

Esporte Ágil - Então a Federação está interiorizando o esporte?
Marcelo Nunes -
Sim, realizamos neste ano competições em Fátima do Sul e São Gabriel do Oeste, sendo que ainda vamos realizar torneios em Dourados e Sonora. Temos a intenção de realizar um campeonato em Corumbá também. O objetivo é não deixar a modalidade centralizada em Campo Grande, mas expandi-la para o interior. O talento está também no interior, além de buscarmos talentos, observamos a questão da prática do boxe como uma questão social, tanto que incentivamos as crianças na prática da modalidade. Há alguns anos, não existiam atletas de base; atualmente, nosso Estado é o que mais tem atletas de base.

Esporte Ágil - Existe uma atenção especial às categorias de base?
Marcelo Nunes -
O regulamento permite que atletas a partir de 12 anos lutem boxe. As categorias são a infantil, cadete, juvenil e adulto, no masculino e feminino. Nós praticamos o boxe mirim também, para atletas de 10 a 12 anos, com dois rounds de 1 minuto cada, geralmente o resultado é o empate, pois o objetivo é mostrar as características e qualidades do boxe, que ele não é violento, é um esporte, possui regras e as crianças também podem praticar; por isso implementamos as categorias de base, com a autorização da Confederação Brasileira de Boxe.

Esporte Ágil - Quantos atletas e em quais cidades existe a prática do boxe?
Marcelo Nunes -
Temos 170 atletas de competição nas categorias, mas no boxe feminino existe a dificuldade de encontrar atletas de competição, apesar de haver muitas mulheres praticando a modalidade. As cidades que possuem equipes são Ponta Porã, Fátima do Sul, Dourados, Sonora, São Gabriel, Coxim, Amambaí, Camapuã, Corumbá, Três Lagoas, Jateí, Aquidauana, entre outros municípios.

Esporte Ágil - Quais os principais atletas em Mato Grosso do Sul?
Marcelo Nunes -
O Luis Cláudio, melhor atleta de 2006, na categoria até 54 quilos, foi campeão da Forja dos Campeões em sp, do Centro-oeste Sul, quarto no Brasileiro e campeão de tudo que participou aqui no Estado.
O William santos, de 17 anos, na categoria 64 kg, também ganhou tudo que participou neste ano, campeão do Centro-oeste Sul, disputou também o Brasileiro.
Temos o Agnaldo Maia, atleta experiente da categoria até 81 kg, onde há um equilíbrio muito grande na disputa, com destaque para Vande Lopes, Alexandre (Dourados), Luciano Negão, Rogério Albano, em igualdade de condições com atletas de outros estados.

Esporte Ágil - Quais as características do boxe olímpico? Algumas pessoas acham que o boxe é o que vêem nos filmes...
Marcelo Nunes -
O boxe olímpico é completamente diferente do boxe profissional. Possui quatro rounds de 2 minutos na categoria adulta. No profissional é a partir de 8 rounds. O boxe olímpico tem uma proteção para a cabeça e várias outras características que preservam o atleta. Não é permitida a seqüência de golpes. Assim que o atleta acerta um primeiro golpe, o árbitro para a luta. Caso um atleta abrir 20 pontos de vantagem, acaba a luta. Na terceira contagem durante um assalto, termina a luta. O boxe olímpico é muito mais seguro. Na verdade, os filmes sobre boxe não mostram a realidade, pois mostra um boxe sanguinário, e nem o boxe profissional é daquela maneira, quanto menos o boxe olímpico, pois é um esporte.

Esporte Ágil - O Brasil tem chances de medalhas no Pan?
Marcelo Nunes -
Sim. Vários atletas tem chances de medalha, como Myke Carvalho, Pedro Lima, Glaucélio Abreu, Washington Silva e Rogério Minotouro.
O boxe no Brasil evoluiu muito, porque o Governo Federal criou alternativas com objetivo de incentivar o esporte amador. Todas as confederações recebem uma ajuda de custo através da lei Agnelo Piva (COB) e isto contribui para o desenvolvimento do desporto amador no Brasil. Como conseqüência, o Brasil terá muito mais chances de ouro nestes Jogos Pan-americanos.

Esporte Ágil - Quais os próximos eventos da FDBMS?
Marcelo Nunes -
No dia 11 de agosto, acontece o Desafio de Campeões, na cidade de Terenos, onde os melhores atletas se enfrentam como preparação para o Campeonato Centro-oeste Sul. A Seletiva para o Centro-oeste Sul também acontece em agosto.
Este Campeonato Centro-oeste Sul acontece aqui em Campo Grande, de 27 a 30 de agosto, no Guanandizão. Em 2006, vencemos este importante torneio, que foi realizado em Cuiabá.
No dia 15 de setembro, irá acontecer um grande evento de boxe feminino, com a defesa do título mundial da AMB da brasileira Duda Yankovich contra uma colombiana. Será uma noite com quatro lutas femininas, com a participação da atleta Tatiana, ex-participante do BBB.
Estamos tentando viabilizar ainda para a Capital, uma luta do Laudelino Barros, que é um dos melhores atletas de nosso país, com um cartel de 26 lutas e 25 vitórias, sendo 23 por nocaute. Ele nasceu em Bonito-MS e poucas pessoas sabem disso.

Esporte Ágil - Quais os locais para a prática do boxe na Capital?
Marcelo Nunes -
Existem várias academias, como a Academia 1º Round, Arena Fitness, Luvas de Ouro, Academia Coliseu, Academia Dilsinho, Academia Vilas Boas, Comercial (São Conrado), Roma Fitness, Academia Harmonia, além de muitas outras no interior do Estado.

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