Florianópolis (SC) - O challenger de Santa Catarina foi lançado nesta quarta-feira com a presença de Gustavo Kuerten, que já garantiu presença no torneio, o terceiro da lista da turnê de despedida.
A competição em Florianópolis, cidade natal do ex-número um do mundo, começa dia 14 de abril e será a última apresentação do tenista em solo nacional. A escolha de torneio caseiro não foi por acaso.
"Esse torneio vai ser um privilégio. Uma oportunidade a mais. Um presente que eu estou me concedendo. Poder jogar aqui em Floripa, onde tenho muitos amigos que estão aqui desde o comecinho de tudo. E tem minha família também que está aqui. É um significado bem diferencial para mim", disse Guga.
Antes da competição em Florianópolis, o catarinense joga o Masters Series de Miami no final de março. Guga ainda tenta participar dos Masters Series de Monte Carlo, Roma e Hamburgo antes de chegar a Roland Garros, que se inicia em final de maio.
O challenger, competição menor no circuito da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), seria a chance de vencer uma partida, apesar de ainda reconhecer que as dores no quadril (onde tem um problema crônico) possam atrapalhar. A experiência poderia ser o diferencial.
"Mesmo um challenger, assim como um torneio menor da ATP, é difícil chegar com uma expectativa de vitória. Hoje em dia, nessas competições, os caras estão entre os 150 e 200 do mundo. Caras que estão mais preparados que eu. Treinando há mais tempo, com mais resistência. Tem uma condição maior. Eu, quem sabe, tenho uma experiência, um conhecimento de jogo que eu adquiri e que seja maior do que a maioria dos caras", explicou Kuerten.
Guga começou sua turnê de despedida no Aberto do Brasil, na Costa do Sauípe, com uma derrota na primeira rodada. A eliminação em dois sets foi marcada pelo esforço físico. Entre o primeiro e o segundo set, ele chegou a pedir atendimento de fisioterapauta e reclamou de dores ao final do jogo.
"O que eu vi em Sauípe é que eu consigo jogar bem em um perído curto. Vou tentar representar o melhor possível, fazer bons jogos, mas não tentar criar expectativa de vencer. Quem sabe uma surpresa, assim, possa acontecer. Se pudesse escolher, poderia ser aqui do que ganhar em Roland Garros, que é melhor de cinco sets", afirmou Kuerten, em tom de brincadeira, ao comentar seu estado físico para agüentar partidas longas.
No ranking da ATP desta semana, divulgado na segunda (3/3), Guga perdeu os pontos que tinha desde o começo da carreira profissional e foi excluído da lista. Uma vitória no challenger de Santa Catarina já lhe daria cinco pontos.
Para a continuidade da turnê, Guga treina com o técnico Larri Passos e, mesmo assim, ainda é afetado pelas dores. "Venho treinando uma hora por dia. Faço um pouco de fisioterapia também. Se eu pudesse ficar um pouco mais na quadra, seria melhor. Acho que tem que ficar dentro desta realidade, nesta restrição", explicou.
Em Miami, torneio que é conhecido no circuito por ser um quinto Grand Slam pelo tamanho da chave, Guga enfrentará tenistas melhores rankeados do que em Florianópolis e treina mais especificamente. "No trabalho que a gente vem fazendo, a gente até consegue fazer algo mais específico. Como para Miami agora, para [jogar] na quadra dura", completou.