Diversos | GE.net | 24/09/2007 12h22

Em São Paulo, "Virada Esportiva" atraiu mais de 300 mil pessoas

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São Paulo (SP) - 24 horas de esporte, mais de 200 pontos para a prática esportiva e a participação estimada pela organização de aproximadamente 300 mil pessoas. Assim foi a Virada Esportiva, promovida pela Prefeitura de São Paulo e encerrada na tarde deste domingo com um show no Parque da Independência. Além de anônimos de todas as idades, estiveram no evento personalidades como Pelé, a ex-jogadora de basquete Paula, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser e o judoca Tiago Camilo.

Apesar de atingir a expectativa traçada pela organização, a Virada Esportiva demorou a atrair os paulistanos. As primeiras horas do evento, na tarde de sábado, foram marcadas por vários locais vazios e pouca gente disposta a aproveitar as clínicas disponibilizadas. Nem a campanha do "Dia Mundial Sem Carro" ajudou, já que São Paulo sofreu com o trânsito e índices elevados de poluição do ar durante boa parte do dia.

Na madrugada, opções de entretenimento levadas à população na Virada (como jogos de baralho, dominó, futebol de botão e até cata-varetas) chamaram a atenção, assim como os espaços concedidos aos esportes radicais. No domingo, a adesão aumentou e muitos aproveitaram os últimos momentos nos diversos pontos para a prática esportiva.

Uma das atrações mais excêntricas do evento foi justamente a sua abertura. Poucos foram os que se arriscaram a entrar no Rio Tietê e embarcaram na difícil tarefa de percorrer pouco mais de 100m na escura mistura de esgoto e poluição. A iniciativa, conduzida pelos clubes Tietê e Espéria, antigos concorrentes nas competições de regata disputadas no rio, permitiu que ex-atletas participassem do evento.

Na margem do rio, a aposentada Elisa de Paula contava histórias sobre o Tietê que os mais jovens custavam a acreditar. Defendendo o Clube Espéria na década de 40, a senhora de 84 anos cansou de participar de provas de remo no local. Na época, não eram bolhas de óleo que pulavam à superfície e sim pequenos peixes curiosos. Ela se assustava ao passar o remo sobre a água límpida do rio.

"Quando nós remávamos, caiam peixes pequenininhos dentro do barco. Eu gostava de fazer piquenique nas margens do Tietê junto com as minhas amigas do clube", recorda a ex-remadora, apelidada de Jambolinha pelas colegas, e que se orgulha de ser uma das sócias mais antigas do Espéria. "Praticamente nasci na pista de atletismo", brinca.

Assim que terminou de contar, Elisa foi rapidamente advertida: "Eu tenho mais tempo de clube que você", declarou Joaquim Neves, que se auto-afirma o remador mais antigo do Clube Tietê. Os dois não discutiram, apenas se abraçaram para firmar uma amizade construída pela rivalidade saudável.

Ao mesmo tempo, um dos poucos "corajosos" a entrar na água saía ofegante do remo. Carlos Barbieri vestiu a máscara para proteger do forte odor que exala das águas turvas do Tietê, colocou luvas de borracha e participou da regata comemorativa. Após sair da água, ele lamentou a situação que presenciou. "Isso não é mais água. Você puxa um óleo grosso e cansa muito mais. Imagina se isso fosse limpo. A sensação seria gostosa, mas hoje tem um cheiro muito ruim e é difícil ficar próximo do rio."

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