Basquete | Da redação | 29/02/2016 15h40

FBMS diz que denúncias são ‘inverídicas’ e ‘falaciosas’

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O presidente da FBMS (Federação de Basketball de Mato Grosso do Sul), Eduardo Marques de Souza Costa, rechaçou as denúncias de que o ginásio Guanandizão, em Campo Grande, não possuía condições estruturais para receber os kits de basquete entregues através da CBB (Confederação Brasileira de Basketball), com recursos do Ministério dos Esportes, em junho do ano passado. Segundo ele, as denúncias são ‘inverídicas’ e ‘falaciosas’, e visam ‘enganar e ludibriar’ a entidade máxima do esporte no Brasil.

“As alegações são inverídicas, tratando-se de argumentos falaciosos, com a nítida intenção de enganar e ludibriar essa respeitosa Confederação em detrimento da Federação de Basketball de Mato Grosso do Sul e, consequentemente, em prejuízo da prática do esporte nesse estado”, garantiu o dirigente, em ofício encaminhado no dia 21 de janeiro à CBB.

Em sua justificativa, Batata, como é conhecido entre os praticantes de basquete em Mato Grosso do Sul, reafirmou que a quadra está ‘em perfeitas condições de uso, adequada a todas exigências legais’, e ainda listou uma série de eventos que foram realizados no complexo do Guanandizão. Detalhe: citou eventos de vôlei de praia e futebol de campo, que, obviamente, são praticados fora do ginásio.

“Os eventos acima são apenas exemplos da utilização do ginásio. Logo, a partir do momento em que o Poder Público possibilitou a essa e as demais federações a utilização do ginásio, não haviam motivos para duvidas ou questionar”, continuou no documento, que ainda lista eventos de boxe e treinamentos das equipes de 3 x 3 do Clube CKB de Basquetebol -estes, sim, praticados dentro do ginásio.

Ginásio estava interditado desde abril de 2014

Os equipamentos de basquete foram entregues no meio do ano passado e instalados no Guanandizão. O local, porém, está interditado desde abril de 2014, fato que não teria sido informado ao Ministério antes do repasse dos valores.

O convênio 778140/2012 foi firmado entre a Confederação e o Ministério ainda em 2012, e previa a instalação de diversos equipamentos para a prática de basquete em dez estados brasileiros -através das federações estaduais vinculadas à CBB. A proposta inicial da Confederação era captar R$ R$ 5,1 milhões, no entanto, a pasta liberou somente R$ R$ 2,7 milhões. O projeto previa a instalação de tabela móvel com vidro temperado, piso flutuante, contadores regressivos do tempo nas partidas, além de equipamento que informa placar, tempo e faltas por equipe.

Para conseguir ser beneficiado pelo projeto, o presidente da Federação de Basketball de Mato Grosso do Sul, Eduardo Marques de Souza Costa, assinou carta de anuência atestando que o Guanandizão estava “disponível, apto e compatível” para o desenvolvimento do projeto. O documento é datado de 26 de janeiro de 2015, ou seja, o ginásio já estava interditado há nove meses.

Um dia depois, a Confederação solicitou o 3º Termo Aditivo ao projeto, a fim de adquirir mais um conjunto dos itens aprovados para instalação na cidade de Campo Grande. Em 10 de fevereiro, a SNEAR (Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento) aprovou a assinatura do Termo e prorrogou a vigência do convênio para até 28 de junho -mês da entrega dos equipamentos na capital sul-mato-grossense.

No entanto, sem uso, parte dos equipamentos correm o risco de estragar. Informações não confirmadas indicam que o piso flutuante instalado na quadra, por exemplo, tem sido danificado com as goterias do teto do ginásio. Diversos atletas têm reclamado do fato e já cobraram providências, inclusive, do Ministério Público.

Denúncia chegou ao Ministério, que cobrou satisfações

A instalação correta dos equipamentos pelas dez federações foi atestada por Edio José Alves, Secretário Geral da CBB, no dia 9 de dezembro de 2015. Em documento, ele se colocou como responsável pelo acompanhamento da execução do projeto e declarou ter fiscalizado a instalação dos equipamentos nas respectivas quadras, “verificando que foram cumpridas todas as especificações técnicas exigidas”.

Em 11 de janeiro deste ano, o Ministério dos Esportes acendeu o sinal de alerta e o secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser Gonçalves, cobrou explicações ao presidente da CBB, Carlos Nunes. A pasta havia recebido denúncias de que o Guanandizão estava interditado e que o presidente da FBMS “firmou declaração inverídica” ao garantir que o espaço apresentava condições para a instalação do kit de basquete.

Como a prestação de contas do convênio ainda está sob análise, Leyser ainda avisou que a resposta ao expediente faria parte do parecer conclusivo, podendo ocorrer verificação “in loco” caso a documentação “não possibilite convicção do efetivo cumprimento do objeto do convênio”.

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