Basquete | Da redação | 19/02/2016 16h36

Kits da CBB são ‘abandonados’ com interdição do Guanandizão

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Equipamentos para a prática de basquete adquiridos através de convênio entre a CBB (Confederação Brasileira de Basketball) e o Ministério dos Esportes, no ano passado, estão parados, sem uso algum, no Ginásio Guanandizão, em Campo Grande. O local está interditado desde abril de 2014, fato que não teria sido informado ao Ministério antes do repasse dos valores.

O convênio 778140/2012 foi firmado entre a Confederação e o Ministério ainda em 2012, e previa a instalação de diversos equipamentos para a prática de basquete em dez estados brasileiros -através das federações estaduais vinculadas à CBB. A proposta inicial da Confederação era captar R$ R$ 5,1 milhões, no entanto, a pasta liberou somente R$ R$ 2,7 milhões. O projeto previa a instalação de tabela móvel com vidro temperado, piso flutuante, contadores regressivos do tempo nas partidas, além de equipamento que informa placar, tempo e faltas por equipe.

Para conseguir ser beneficiado pelo projeto, o presidente da Federação de Basketball de Mato Grosso do Sul, Eduardo Marques de Souza Costa, assinou carta de anuência atestando que o Guanandizão estava “disponível, apto e compatível” para o desenvolvimento do projeto. O documento é datado de 26 de janeiro de 2015, ou seja, o ginásio já estava interditado há nove meses.

Um dia depois, a Confederação solicitou o 3º Termo Aditivo ao projeto, a fim de adquirir mais um conjunto dos itens aprovados para instalação na cidade de Campo Grande. Em 10 de fevereiro, a SNEAR (Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento) aprovou a assinatura do Termo e prorrogou a vigência do convênio para até 28 de junho -mês da entrega dos equipamentos na capital sul-mato-grossense.

No entanto, sem uso, parte dos equipamentos correm o risco de estragar. Informações não confirmadas indicam que o piso tátil instalado na quadra, por exemplo, tem sido danificado com as goterias do teto do ginásio. Diversos atletas têm reclamado do fato e já cobraram providências, inclusive, do Ministério Público.

Dúvidas - A instalação correta dos equipamentos pelas dez federações foi atestada por Edio José Alves, Secretário Geral da CBB, no dia 9 de dezembro de 2015. Em documento, ele se colocou como responsável pelo acompanhamento da execução do projeto e declarou ter fiscalizado a instalação dos equipamentos nas respectivas quadras, “verificando que foram cumpridas todas as especificações técnicas exigidas”.

Em 11 de janeiro deste ano, o Ministério dos Esportes acendeu o sinal de alerta e o secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser Gonçalves, cobrou explicações ao presidente da CBB, Carlos Nunes. A pasta havia recebido denúncias de que o Guanandizão estava interditado e que o presidente da FBMS “firmou declaração inverídica” ao garantir que o espaço apresentava condições para a instalação do kit de basquete.

Como a prestação de contas do convênio ainda está sob análise, Leyser ainda avisou que a resposta ao expediente faria parte do parecer conclusivo, podendo ocorrer verificação “in loco” caso a documentação “não possibilite convicção do efetivo cumprimento do objeto do convênio”.

Outro lado - Em nota encaminhada através de sua assessoria de imprensa, a Confederação Brasileira de Basketball limitou-se em dizer que “a Federação de Basketball do Mato Grosso do Sul encaminhou as respostas e as documentações comprovativas para a CBB, que reencaminhou para o Ministério do Esporte em 25 de janeiro de 2016”. A entidade, no entanto, não divulgou a resposta dada pela federação local e tampouco se tinha conhecimento de que o Guanandizão estava interditado desde abril de 2014.

O presidente da Federação de Mato Grosso do Sul foi procurado, no entanto, informou que estava em viagem. Ele também não respondeu as mensagens enviadas ao seu celular. O Ministério do Esporte e a Funesp (Fundação Municipal de Esporte), responsável pelo ginásio, foram contactados por telefone e e-mail, no entanto, não responderam a solicitação até o fechamento desta reportagem.

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