Atletismo | Da redação | 26/12/2004 15h05

Troféu da Paz será entregue na São Silvestre

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A 80ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre terá uma novidade. Este ano, além de receberem os prêmios já tradicionais, os vencedores das provas masculina e feminina serão homenageados com o troféu "Mensageiro da Paz". O prêmio é uma réplica do Marco da Paz, inaugurado em 1999 no Pátio do Colégio, onde nasceu a cidade de São Paulo.  Tanto o marco como o troféu foram idealizados pelo italiano Gaetano Brancatti Luigi, de 67 anos, que chegou à América na década de 40 em busca de paz. "Meu pai, Luigi Brancatti, participou de toda a Segunda Guerra, quando a Europa sofreu muitas privações. E quem mais sentiu esse sofrimento foram as crianças, que chegavam a ter medo de crescer por temerem ser chamadas para a guerra", recorda Luigi, que hoje é um executivo da Associação Comercial de São Paulo. A idéia de criar um marco em homenagem à paz surgiu justamente no momento em que foi anunciado o término da guerra. O que ficou marcado na lembrança de Luigi foi o barulho dos sinos das igrejas, que foram tocados para comemorar a paz. "Isso marcou profundamente a minha mente, eu tinha oito anos e foi nesse momento que eu tive a idéia. Eu queria criar algo que cativasse a humanidade e a levasse a caminho da paz. Não há nada pior que viver em um Estado em guerra. Cresci com esse sonho, vim para a América e vivi uma adolescência bonita", afirma. Ao deixar a Itália, em 1949, o primeiro país em que a família Brancatti se instalou foi a Argentina, que passava por uma boa situação econômica. Luigi e seus parentes só chegaram ao Brasil nos anos 60. Na década seguinte, o italiano já começou a trabalhar na Associação Comercial de São Paulo, que foi quem o ajudou a realizar o grande sonho de criar um marco pela paz. "Eu passava pelo Pátio do Colégio todo dia para ir trabalhar e certa vez, em 1999, percebi que os sinos dele não tocavam mais. Entrei para perguntar para o padre o motivo e fui informado de que o sino havia sido roubado há 15 anos. Ninguém havia notado sua falta, mas eu notei, fui um predestinado", recorda. Com a ajuda da ACSP, o sino foi comprado e em menos de um mês foi assentado no lugar. E foi justamente no momento em que o sino foi colocado que Luigi teve a idéia de realizar seu sonho. "Desenhei o marco naquele momento e levei o esboço a um engenheiro. O marco foi feito e hoje é visitado por muita gente e já tem réplicas em diversos países", comemora. Agora, a idéia é propagar a paz oferecendo o troféu aos primeiros colocados das duas categorias da São Silvestre. "Vamos começar este ano e estaremos sempre juntos. É importante essa parceria da Associação Comercial e da Fundação Cásper Líbero. O esporte traz cultura, fraternidade, solidariedade e pode conduzir a humanidade à qualidade de vida que ela merece. A São Silvestre é o primeiro passo, já que tem uma proposta gigantesca ao longo do tempo. Este é o primeiro ano, que marca o começo de uma nova era", explicou. Luigi, que se emociona ao contar sua história, também sonha em distribuir em breve o troféu "Mensageiro da Paz" aos vencedores de campeonatos de futebol no Brasil.

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