Turquia - No dia em que as esperanças de medalhas estavam sobre o experiente Antônio Tenório, quem brilhou no Mundial Paraolímpico de Judô foi justamente a caçula da seleção brasileira, Victoria Santos de Almeida Silva. Com apenas 17 anos, ela conquistou, neste sábado (27), a medalha de bronze na categoria médio (até 70 quilos). Foi a terceira medalha da equipe feminina, que já conquistara a prata com a leve (até 57 quilos) Lúcia Teixeira e o bronze com a meio-médio (até 63 quilos) Daniele Bernardes Silva.
O tetracampeão olímpico Tenório, na meio-pesado (até 100 quilos), por sua vez, terminou em quinto lugar ao perder a decisão do bronze para o americano Myler Porter por ippon. Alexandre Ferreira, na pesado (mais de 100 quilos), ficou em nono, enquanto Deanne de Almeida, pesado (mais de 70 quilos) e Roberto Julian Santos Silva, na médio (até 90 quilos), perderam suas lutas.
Chamada carinhosamente de Totozinho por Tenório, Victoria estava surpresa com sua vitória, apesar de em São Paulo, uma semana antes do embarque, ela ter afirmado que estaria na Turquia para vencer.
"Depois que eu perdi a semifinal, nem eu sei muito como consegui voltar bem para a disputa do bronze, como encontrei maturidade para enfrentar esta situação", disse Victoria, que mesmo na disputa do bronze teve frieza para superar um começo adverso e vencer a americana Cristella Garcia, que abrira uma vantagem de três yukos.
Na primeira luta, Victoria já mostrou toda a impetuosidade adolescente que lhe levou ao bronze. Ignorou a torcida local e partiu para cima da turca Güler Yur por ippon. Na luta seguinte a brasileira teve pela frente a mexicana Lenia Ruvulcaba, vice-campeã paraolímpica. Mostrou a mesma vontade, mas recebeu um contra-golpe e perdeu a chance de lutar pelo ouro.
Foi a terceira medalha do Brasil no Mundial, todas com a equipe feminina, que teve um ótimo desempenho, como apostara a comissão técnica.
"As meninas mostraram que estão bem e também merecem todo o apoio, e a Victoria, nosso Totozinho, está no caminho certo. Ainda vai nos dar muitas alegrias", disse Tenório, revelando o apelido da caçula da equipe.
"Eu sempre falo com ele que quando crescer eu quero ser igual a ele. Espero que essa medalha seja a primeira de longa carreira na seleção paraolímpica", disse Victoria.
A campo-grandensse Victoria é treinada pelo professor Jansser Lorimer, atleta do CAIRA e da Associação MIFUNE/FJMS.
"A Victoria está construindo uma brilhante carreira no Judô Paraolimpico. Essa medalha fortalece cada vez mais o judô de Mato Grosso do Sul e com certeza estaremos em Londres, mas já com os olhos no Rio em 2016", afirma.