Rio de Janeiro (RJ) - Torcer contra o Milan. Esta parece ser a melhor forma de o Brasil poder contar com o meia Kaká nas Olimpíadas de Pequim. Neste domingo, o próprio presidente da CBF, Ricardo Teixeira, reconheceu que o atleta não deve ser liberado, caso o clube italiano conquiste uma vaga na Liga dos Campeões de 2008/2009.
Em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, o mandatário da entidade que rege o futebol brasileiro mostrou pessimismo com relação a um acordo de "cavalheiros" para o aproveitamento de Kaká na busca pelo ouro inédito.
"Acho muito difícil. A CBF não tem poderes para exigir a liberação dele", resumiu Teixeira, que explicou ter ocorrido um erro da Fifa ao não colocar esta necessidade para os três atletas acima de 23 anos, caso do meia do Milan, que podem disputar os Jogos.
Sem esta obrigação, a liberação de Kaká depende exclusivamente do Milan e o time italiano já divulgou que só aceita ficar sem o atleta em agosto, período de disputa das Olimpíadas, caso não consiga uma vaga na Liga dos Campeões.
Nesse domingo, o clube rossoneri derrotou a Inter de Milão por 2 a 1 e assumiu o quarto lugar do Campeonato Italiano, ultrapassando a Fiorentina e ficando momentamente com a última vaga na principal competição interclubes da Europa.
Caso a situação se mantenha pelas duas rodadas restantes do Italiano, o Milan conquistará a vaga e terá de disputar a fase preliminar da Liga dos Campeões, que normalmente é realizada justamente em agosto.
Há quatro anos, o Milan também vetou a ida de Kaká para a seleção no Pré-Olímpico, realizado em janeiro daquele ano, e o Brasil acabou amargando uma decepcionante eliminação no classificatório, ficando fora dos Jogos de Atenas, que acabaram sendo vencidos pela Argentina.
Na última semana, Kaká evitou falar sobre o assunto ao ser questionado pelo UOL Esporte. O jogador é um dos cotados para entrar na lista do técnico Dunga com um dos três atletas acima de 23 anos que podem disputar as Olimpíadas. Os outros favoritos são o zagueiro Juan e o atacante Robinho.
Antes do último amistoso, contra a Suécia, a comissão técnica da seleção disse ter "50 jogadores" em avaliação para as Olimpíadas e evitou adiantar nomes. Já em relação a Alexandre Pato, que tem idade olímpica e também pertence ao Milan, a direção do time italiano divulgou que deve liberar o atacante.