Os jogadores do São Paulo quebraram o silêncio e voltaram a falar com a imprensa brasileira, no Japão. Os atletas haviam boicotado os repórteres após a vitória sobre o Al Ittihad, por 3 a 2, pelas semifinais do Mundial de Clubes da Fifa, ao se irritarem com matérias publicadas sobre discussão de premiação.
Na ocasião, o goleiro Rogério Ceni e o atacante Amoroso foram os únicos a falar com os repórteres na zona mista do estádio Nacional de Tóquio por ser uma imposição da Fifa.
Nesta quinta-feira, os atletas afirmaram que ficaram magoados com as matérias sobre prêmios e decidiram em consenso pelo boicote.
"Se tivéssemos perdido o jogo, entraríamos para a história como o time mais mercenário da história", disse o zagueiro uruguaio Lugano.
Ceni, capitão da equipe, reforçou a opinião do defensor. O autor do terceiro gol da vitória são-paulina afirmou que não foi o mentor do boicote.
"Como voltaríamos para casa se tivéssemos perdido? Como mercenários? O dinheiro vai fazer diferença na vida do Amoroso e do Cicinho, por exemplo. Queremos ser campeões do mundo", disse o goleiro.
"Acho que dois ou três atletas deveriam falar, mas foi uma decisão que tomamos. Tenho 1/24 de participação nisso, assim como qualquer outro jogador. Os jogadores se sentiram ofendidos, porém isso não me chateia por já estar mais acostumado. O problema são os mais jovens", completou.
O atacante Amoroso também se envolveu em outra polêmica após surgir a informação de um pré-contrato assinado por seu empresário, o fisioterapeuta Nivaldo Baldo, com o FC Tokyo. O jogador tem contrato com o São Paulo até 31 de dezembro.
"O grupo está mais unido do que nunca. Essa questão do pré-contrato já tinha sido falada em 25 de novembro. O Juvenal Juvêncio (vice-presidente de futebol), o João Paulo Lopes (diretor de planejamento) e o Milton Cruz (auxiliar técnico) já estavam sabendo", comentou.
Autor de dois dos gols da vitória são-paulina, Amoroso também escapou ao ser questionado de quem partiu a idéia de boicotar os jornalistas. "Não sou a pessoa indicada. Tem de perguntar para os dirigentes", concluiu.