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Renovada, seleção brasileira feminina busca vaga e reafirmação

ge.net - 26 de set de 2007 às 12:56 136 Views 0 Comentários
Renovada, seleção brasileira feminina busca vaga e reafirmação

São Paulo (SP) - Buscar a vaga para os Jogos Olímpicos de Pequim-2008 é apenas um dos desafios da seleção brasileira feminina de basquete no Torneio Pré-olímpico das Américas. A partir desta quarta-feira, em Valdívia, no Chile, o grupo encara seu primeiro desafio prático desde a reformulação iniciada após o Mundial de 2006.

Do técnico à composição da equipe pouca coisa sobrou da temporada passada. Com apenas quatro jogadoras do Mundial - Iziane, Micaela, Êga e Karen -, a seleção procura não apenas a classificação antecipada, mas também provar que tem condições de manter o Brasil entre as principais potências internacionais, apesar do adeus de suas estrelas.

"Este Pré-olímpico é para mostrar nosso potencial", define Micaela, encontrando eco em Iziane, única remanescente que já era titular. "Nosso desafio é a vaga, mas nossa missão é mostrar o nosso valor", reconhece. "Chega o momento (de parar) para todo mundo, mas estamos confiantes", destaca a jogadora, principal candidata a estrela da nova geração.

Aos 24 anos e com quatro temporadas na WNBA, Iziane é a mais experiente do grupo. Não apenas pela posição em quadra (ala), ela foi várias vezes indicada como provável sucessora de Janeth, símbolo da transição da era Paula/Hortência, que se despediu da seleção nos Jogos Pan-americanos do Rio, em julho.

Mas para o técnico Paulo Bassul, que também faz sua estréia no comando da seleção principal, este ciclo marca o começo de uma nova era na qual a força "está no conjunto". "O Bassul tira esta coisa de quem tem de assumir a responsabilidade, a filosofia é do grupo", afirma a pivô Êga. "Antes, qualquer coisa era: deixa com a Jane (Janeth). Agora, não é Êga, Claudinha, Iziane ou Kaé, é quem estiver mais livre. Pode ser até a Fran".

Única estreante legítima no Chile, a ala Franciele, ou simplesmente Fran, nem acreditou quando foi confirmada para Valdívia. "Achava que era impossível", admite a jogadora, que chegou com muita timidez, estranhando o assédio da imprensa, ganhou o apelido de Jacarezinho (pela cidade na qual nasceu) e promete fazer o máximo, dispondo-se a deixar até mesmo ambições pessoais em segundo plano para benefício da equipe. "Quero contribuir para a vitória, nada de satisfação pessoal".

A ala Tati não estréia, estava no Pan, mas ficou feliz pela nova oportunidade. "Vou ter a oportunidade de mostrar meu trabalho e ir firmando os pés na seleção".

Assim, a experiência anterior no Rio é encarada como trunfo extra por ter quebrado o gelo e diminuído o impacto para uma competição que vale vaga olímpica. "Esta segunda convocação vai ser diferente porque o Paulinho tem outra filosofia. O trabalho mudou e para melhor", avalia.

Além de rostos ainda desconhecidos, Bassul levou ao Chile 'veteranas' em nova fase e jogadoras com histórico de rápidas passagens no time. No primeiro caso estão, por exemplo, as armadoras Claudinha e Karla, que retornam ao time após longa ausência.

Antiga titular da posição, a última passagem de Claudinha foi no Mundial de 2002, dois anos antes de Karla. Ocupando o vácuo deixado pela saída da titular Adrianinha, que retorna no ano que vem, elas se preocupam apenas em cumprir seu papel, deixando para Bassul a responsabilidade de definir quem permanece em 2008.

Na lista de muitas idas e vindas estão a pivô Mamá e a ala Chuca, que acreditam poder construir uma trajetória diferente desta vez. "Esta seleção de novas veio para ficar", avisa Chuca. "Quando você tem uma chance precisa agarrar porque na vida muitas mudanças acontecem. Esta é uma oportunidade única, que vou agarrar com força e garra".

Com ou sem experiência em conjunto, o técnico Bassul espera apenas um comportamento em sua seleção. "Quero ver nossa equipe jogando bem, produzindo o que pode", diz. "Este é o primeiro grande teste para este grupo e temos de deixar acontecer. Há uma série de coisas com as quais quero ver se terão tranqüilidade para lidar. Eu confio neste grupo, mas a palavra agora é paciência. Temos de ralar muito e ter paciência".

A seleção brasileira estréia no Pré-olímpico enfrentando a Argentina nesta quarta-feira, às 20 horas, com transmissão pela ESPN Brasil. A competição classifica apenas seu campeão para Pequim. Os demais semifinalistas terão vaga no Pré-olímpico Mundial, em junho, de 2008.

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