Campo Grande (MS) - Pouco difundido em Mato Grosso do Sul, o polo é um dos esportes mais praticados dentro dos quarteis militares. Neste final de semana (18, 19 e 20), o 20º RCB (Regimento de Cavalaria Blindado), em Campo Grande, recebeu a segunda etapa da Copa Guaicurus de Polo, que reuniu cerca de 80 atletas de equipes de Campo Grande, Amambai, Bela Vista e Ponta Porã.
A Copa Guaicurus é realizada em quatro etapas. A primeira foi realizada em Ponta Porã no mês de abril. As próximas serão em agosto, em Amambai, e setembro, em Bela Vista. O evento visa selecionar os atletas que disputarão o Campeonato de Polo do Exército, que acontece no mês de julho, em Brasília, onde se confrontam os Comandos Militares de Área: Comando Militar do Planalto (CMP), Comando Militar do Sul (CMSul), Comando Militar do Leste (CML), além do Comando Militar do Oeste (CMO).
"O polo mais forte do exército hoje está no Sul, mas o CMO tem participado desse torneio com resultados expressivos. Ano passado, no torneio handicap, o CMO ficou em primeiro lugar", lembra o comandante do 20º RCB, tenente-coronel Theofanes Pessoa.
Para o comandante, apesar de boa parte dos praticantes serem militares, os principais nomes do esporte em Mato Grosso do Sul são civis. Esses atletas treinam periodicamente nos quarteis.
"Nos quatro regimentos que jogam polo na Brigada Guaicurus, em todos eles existe a participação do civil, apesar de os militares serem em maior número", conta. "Esses civis são a força do polo aqui no Estado, pois nós, militares, estamos de passagem. Já o civil é do local, ele permanece e joga polo no Regimento 10, 15, até 20 anos. Ele é a alma do polo", acrescenta.
Para organizar os torneios, a Brigada conta com apoio de empresas privadas que cedem a premiação, como troféus, medalhas e material de equitação. Apesar disso, o comandante acredita que a integração com a população civil poderia ser maior.
"É um esporte que não tem muita visibilidade no Estado. Estamos trabalhando, até com a presença da mídia, para aproximar o esporte e dar mais visibilidade a ele", recomenda.
Para ele, apostar na base seria uma das melhores opções de difundir o esporte pelo Estado, já que os campos de polo estão dentro dos quarteis e poucos têm acesso.
"As escolinhas seriam uma opção inteligente e que, de fato, alavancaria o esporte no Estado. Hoje, nossa estrutura é pequena para fazer uma escolinha, mas não é impossível. Se houver interesse, se as pessoas nos procurarem... Esse espaço está aberto à vinda dos civis", finaliza.
Etapa campo-grandense
Na segunda etapa do torneio, a equipe campeã na categoria handicap foi o 17º Regimento de Cavalaria Mecanizado, de Amambai, que venceu na final o 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado, de Ponta Porã, por 6 a 5.
Já na categoria aberto, quem se deu melhor foi o 20º RCB, de Campo Grande, que venceu por 8 a 5 a final contra o 17º Regimento de Cavalaria Mecanizado.
Conheça o polo
O polo é disputado por duas equipes de quatro jogadores. O objetivo é conseguir marcar o maior número de gols em comparação ao seu adversário, acertando uma bola de 8 centímetros de diâmetro com um taco de tamanho variável, e fazendo-a entrar numa baliza com 7,3 metros de largura.
Uma partida dura pouco menos de uma hora, e é dividido por períodos chamados chukkas. Conforme o nível de jogo, podem variar de 4 a 6 chukkas por partida. Cada chukka tem duração de 7,5 minutos e é feito um intervalo de 3 minutos entre os chukkas. Na metade da partida é feita uma pausa de 5 minutos.
Os cavalos devem ser trocados a cada chukka e só podem ser utilizados 2 vezes no mesmo jogo. Uma particularidade do polo é o fato de as equipes terem que trocar de campo a cada gol que marcam. Isto acontece para que nenhuma das equipes seja beneficiada do estado do campo e das condições atmosféricas.