Campo Grande (MS) - Quem gosta de rodeios é melhor se acostumar com o nome montaria em touros, pois será dessa maneira que o esporte espera ser valorizado no país. Este é um dos maiores desafios dos organizadores da Grande Final do Brahma Super Bull PBR (Professional Bull Riders), que ocorre entre os dias 10 e 15 de novembro em Campo Grande (MS).
Já tradicional nos Estados Unidos, a modalidade luta contra a dificuldade do reconhecimento como esporte no Brasil. "Nossa missão é formar este nome, contando com divulgação na mídia. Com Olimpíadas e Copa, o mundo se volta para o Brasil. Isso é uma chance para mostrarmos nossos ídolos, e que não somos apenas o país do futebol ou do vôlei", diz Sandro Fávero, jornalista e locutor esportivo da RBS e do Canal Rural, considerado um dos poucos especialistas na imprensa sobre o assunto.
Ídolos como Adriano Moraes, três vezes campeão mundial do PBR e um dos sócios da franquia no Brasil, e que acredita na evolução do esporte. "Tudo tem seu tempo. Com a vinda da PBR ao Brasil as pessoas vão se interessar mais, principalmente pela organização da competição. Não é um evento só, faz parte de um circuito mundial", explica. "Nos EUA o evento atrai muito público. Você ainda vê o povo de fazenda, mas você vê muito tatuado de cabelo arrepiado assistindo", afirma.
A montaria em touro já encara, inclusive, problemas comuns que desportistas de outras modalidades têm, como a falta de patrocínio para o atleta. "O apoio não existe nem lá nos Estados Unidos. Você tem que fazer tudo praticamente sozinho", diz Adriano.
Outro grande problema, segundo o jornalista Sandro Fávero, são os inúmeros eventos que ocorrem principalmente no interior do Brasil sem a devida regulamentação. "No interior ainda ocorrem muitos maus tratos com os animais. Isso dificulta a popularização da modalidade como esporte", reclama.
Em Campo Grande, o evento conta com a presença dos 40 melhores competidores da PBR Brasil e 130 touros das melhores boiadas, incluindo todos os touros campeões de cada etapa desta temporada.