Campo Grande (MS) - Durante o 10º Festival de Artes Marciais e Lutas de Mato Grosso do Sul, que acontece em Campo Grande neste fim de semana, estavam reunidos no Ginásio Guanandizão 1.800 atletas, além de pais, treinadores e admiradores dos esportes.
O professor Bento Vanildo Campos, de 52 anos, é proprietário de uma academia de boxe há dez anos em Ponta Porã e responsável por orientar vários atletas. Ele explica que nos treinamentos os alunos aprendem a não praticar violência e lutar por esporte, apenas.
"Quando um atleta se apresenta mais violento nós conversamos com ele e com os pais, dou exemplo de atletas renomados e fazemos treinamentos mais específicos com o aluno para ele gastar as energias dentro da academia", destaca o professor.
Nauir Riods, de 14 anos, começou a treinar boxe com dois anos de idade, acompanhando sua irmã nas aulas. "Gosto de lutar, mas só dentro do ringue", diz Nauir enquanto olha fixamente para o ringue, onde acontecia uma luta.
A mãe Marenil Fátima da Silva, de 45 anos, se enche de orgulho ao ver seu filho, atleta de karatê, Victor Hugo, de seis anos, ganhar uma luta no tatame. Marenil explica que seu filho começou a treinar no ano passado na escola e que adora o esporte.
Ela diz que Victor é um menino muito calmo e que o karatê ajuda em seu desempenho escolar e físico. "Não tenho medo dele se tornar violento, porque sei que o treinador ensina como ele deve agir", destaca.
Já Lucas Ramos de Campos, de 23 anos, seis dos quais dedicados a capoeira e diz que aprendeu a modalidade em um projeto sócioeducativo da Capital. Para ele, pessoas que usam os golpes que aprendem nos esportes para brigar são covardes. "É uma covardia, porque a pessoa que luta sabe os pontos fracos do adversário e pode machucá-lo", diz.
Lucas ainda ressalta que nunca se envolveu em brigas e nunca usou os golpes que aprende nas aulas de capoeira fora da academia, nem mesmo para defesa pessoal, além disso, explica que se alguém de seu grupo se envolver em brigas, é punido dentro da academia.