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Leandrinho admite que troca de posição prejudicou desempenho

ge.net - 27 de ago de 2006 às 19:02 269 Views 0 Comentários
Leandrinho admite que troca de posição prejudicou desempenho
São Paulo (SP) - Maior destaque da seleção brasileira que disputou o Campeonato Mundial de basquete masculino no Japão, o armador Leandrinho acabou se tornando uma das decepções na pior campanha do país no torneio. Apesar de sair com algumas boas apresentações, no geral o jogador falhou na principal função que lhe foi atribuída: a da armação de jogadas.

E o motivo para a baixa produção o jogador apresentou neste domingo, no desembarque de parte da equipe. Para ele, atrapalhou seu desempenho o fato de ter jogado como armador principal, diferentemente do que vinha fazendo com sucesso na última temporada pelo Phoenix Suns, quando atuava na posição dois, de ala/armador.

Apesar de citar o problema, Leandrinho evitou críticas mais fortes para não entrar em choque com o treinador Lula Ferreira. "Eu preferia ter jogado mais como 2, porque vinha atuando assim. Mas lá, acabei fazendo mais a posição 1. Não falei com ele (Lula) sobre isso, mas ele sabia da minha opinião. Só que desde o início foi definido assim, que eu seria o armador da equipe", garantiu o jogador.

"Mas não quero fazer críticas. O Lula foi um dos treinadores que me revelou e sempre tivemos um bom relacionamento, jogando no time ou não", completou Leandrinho, que rebateu a idéia de a seleção precisar de treinadores estrangeiros. "Não acho que esse seja o caso. Cada um tem suas metas, seus estilos de trabalho. Estamos juntos nessa, o grupo está unido."

Mesmo evitando ao máximo o confronto com o treinador, o armador da seleção deixou no ar divergência de idéias com o comandante. Além de ter citado a preferência por outra posição, declarou que esteve sobrecarregado durante as partidas. "Cansamos um pouco sim, acho que pelo fato de não termos revezado muito. Mas não podemos citar isso como desculpa."

Além das críticas, Leandrinho não conseguiu esconder a decepção pela queda. Ele descreveu os últimos momentos da equipe no Japão, considerou como "dura" a viagem de volta de Hamamatsu, sede do país na competição, e admitiu que foi complicado manter o bom humor mesmo em um grupo que era apontado por todos como unido.

"Foi realmente triste se despedir. A gente estava no hotel e viu outras equipes se preparando para viajar e fazer outros jogos. E nós tivemos que pegar o trem para voltar pro Brasil. Foi difícil conversar com os outros depois, difícil esquecer, porque tínhamos potencial, todo mundo sabia disso", lamentou.

Em relação ao clima, outros dois jogadores que também desembarcaram neste domingo confirmaram as palavras de Leandrinho. O ala/armador Marcelinho Machado admitiu que o peso pela derrota foi grande. "A gente tentou conversar logo depois, mas tinha jogadores chorando. Foi muito duro", destacou.

O reserva André Bambu, que pouco jogou na campanha, preferiu ver o lado positivo. "Houve uma conversa sincera depois, lamentamos muito por não termos conquistado nada. Mas foi importante para que a gente não desanimasse, um passo para frente. O grupo está unido, o ambiente sempre foi ótimo. Só não soubemos ganhar. Faltou experiência", explicou o jogador.

Depois da chegada ao Brasil, os jogadores deixaram claro o apoio ao técnico Lula Ferreira e garantiram que a meta agora é trabalhar forte para representar bem o país no Pan-americano do Rio de Janeiro e no Pré-olímpico, que pode representar a volta do país às Olimpíadas após as decepcionantes ausências em Sydney-2000 e Atenas-2004.

Na tentativa de voltar ao torneio olímpico, o Brasil deve enfrentar novamente equipes fortes, mas pode se beneficiar se Argentina ou Estados Unidos ficarem com o título agora no Japão, já que o campeão garante vaga diretamente em Pequim. Nem por isso há espaço para torcer para os argentinos, eternos rivais brasileiros. "Torcer pra Argentina, não", disse Leandrinho, rindo. "Mas claro que seria melhor porque abriria outra vaga", completou.

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