A transferência do jovem volante Márcio Assis, que participou da Copa São Paulo pelo 7 de Setembro, vai se apresentar nesta semana na Romênia, onde jogará pelo Petrolul Ploiesti, time da Segunda Divisão Nacional, e será conhecido como "Zaia" pelos seus novos torcedores, alerta para um recente problema que assola não só o Estado, mas todo o Brasil: a saída de jogadores brasileiros para centros de futebol pouco conhecidos.
Atraídos muitas vezes pela força da moeda local ou pelo desejo da rápida profissionalização, muitos de nossos jovens talentos abandonam o País e buscam a estabilidade financeira em outros continentes, já que as chances dentro de sua própria pátria são bem reduzidas, devido ao fato de empresários e dirigentes vêrem as categorias de base nacionais como forma de ganharem dinheiro, e não revelarem jogadores.
Outro volante sul-mato-grossense, Carlos Iwata Júnior, conhecido como Iwata nos campos, jogava nas categorias de base do Nacional-SP e Guarani-SP, até receber uma proposta para realizar testes em clubes da Suécia, acabando por seguir o mesmo destino de Assis, ou "Zaia", como preferir.
Anderson, meia do Grêmio e considerado o novo Ronaldinho Gaúcho, já assinou contrato com o Porto de Portugal com apenas 17 anos. Arlon, de 15 anos, e Denílson, na época com 16, jovens revelações do São Paulo foram assediados por clubes europeus, Bordeaux e Bayer Leverkusen respectivamente.
O atacante argentino Javier Saviola foi outro que se transferiu cedo para a Europa, saindo do River Plate para o Barcelona no auge de seus 17 anos. A equipe catalã possui tradição na contratação de jovens talentos do exterior. O também argentino Lionel Messi, 18 anos, chegou ao Barcelona com apenas 13. O mexicano-brasileiro Giovanni dos Santos, destaque da seleção sub-17 que venceu o Brasil no Mundial da categoria, é outro que foi cedo para o mercado europeu, vinculado ao Barcelona.
Depois de muitos anos, esses talentos retornam a seus campeonatos locais e fazem sucesso, como foi o caso dos atacantes Alberto, agora no Atlético Mineiro, e Alex Dias, atacante do Vasco.
Uma melhor organização? Leis mais severas? Ainda procuram-se soluções para o caso. É triste ver uma jovem promessa fazer às malas e ir embora. Basta imaginar a reação dos gremistas quando Ronaldinho Gaúcho partiu para a França, ou a dos são-paulinos, quando Kaká trocou Morumbi por Milão.
Atualmente não existe mais identidade entre clube e jogador, salvo raras exceções como o goleiro Rogério Ceni, não se vêem mais jogadores como Zico, Tostão, Sócrates e Rai, que ao se falar em seus nomes, automaticamente se identificam com seus respectivos times. Esta época acabou. Agora, infelizmente, o único objetivo dos envolvidos no meio futebolístico parace ser um só: fazer dinheiro.