Da Redação
Thalikan Shinkai Frezarin, nascido em 18 de outubro de 1993, em Penápolis (SP), construiu sua trajetória no jiu-jítsu dentro de uma rotina que começou ainda na infância. Ele iniciou no tatame no ano 2000, e desde então sua vida esteve ligada à modalidade. “Iniciei ainda criança, no ano 2000. Meu tio voltou do Japão, onde conheceu o jiu-jítsu, e criou a equipe que hoje eu represento, a Saikoo Jiu-Jitsu”, relata. O ambiente familiar e o contato precoce com a arte suave definiram o caminho que ele seguiria. “Nunca fiz outra coisa além disso. Ser professor e competidor é o que eu sou.”
Essa convivência constante com a rotina de treinos fez com que ele não enxergasse obstáculos marcantes na trajetória. Segundo Thalikan, o processo de formação foi natural. “Não posso dizer que tive algum desafio. Não lembro da minha vida fora do tatame. Minha infância passei dentro da academia, minha adolescência em campeonatos e, quando adulto, já era professor. Para mim, a realidade foi um pouco mais fácil.” A ausência de rupturas ou transições bruscas moldou sua percepção sobre a carreira de forma contínua, sem marcos que representassem mudanças de direção.
Hoje, com 25 anos de vivência no jiu-jítsu, ele divide o tempo entre ensinar e competir. A rotina, segundo conta, já está organizada para que ambas as atividades coexistam. “Tenho alunos que me ajudam com as aulas quando viajo para competir, mas em dias normais meus dias são dedicados 100% para as aulas.” A formação de novos praticantes, portanto, é parte central de sua rotina, e ele afirma que se apoia na filosofia do próprio esporte para orientar suas turmas. “Acho que o jiu-jítsu por si só já é uma filosofia de vida: honra, disciplina, confiança e respeito.”
Ao longo dos anos, acumulou conquistas e experiências diversas, mas afirma que o período mais recente tem sido significativo. “Tenho muitos momentos marcantes em 25 anos de jiu-jítsu, mas este ano foi muito marcante para mim.” Ele não detalha quais episódios considera mais simbólicos, mas pontua que a soma deles contribuiu para reforçar seus planos futuros.
Sobre o próprio estilo de luta, Thalikan prefere não definir características específicas. “Complicado falar sobre o meu jogo. Acredito que o básico bem feito, ou feito repetidas vezes, traz resultado.” A repetição e o domínio das técnicas fundamentais, segundo ele, sustentam não apenas sua forma de competir, mas também o método que aplica em seus treinos.
Atuando em Mato Grosso do Sul, ele observa o crescimento da modalidade no estado. “Temos excelentes atletas no estado, um celeiro de novos talentos, que infelizmente acabam tendo que ir para outros estados para receber apoio e reconhecimento.” A avaliação aponta a existência de praticantes qualificados, ao mesmo tempo em que destaca limitações locais na estrutura de incentivo.
No contato diário com iniciantes, ele identifica padrões de comportamento que exigem atenção. “Cada indivíduo tem sua dificuldade e particularidade. A ansiedade em ser muito bom, o excesso de comparação e o medo de competir e se arriscar são os mais comuns, principalmente nos que iniciam já adultos.” Para lidar com isso, explica que tenta trabalhar de maneira coletiva. “Procuro não individualizar essas dores e fazer eles entenderem que são parte de um todo.” O objetivo, segundo ele, é fortalecer a confiança dos alunos e reduzir a pressão inicial.
Quanto ao futuro, Thalikan prefere não fazer projeções de longo prazo, mas mantém metas definidas para os próximos ciclos. “Não faço projeções de futuro muito distante, mas o plano para o próximo ano é o Mundial nos Estados Unidos.” A competição está entre os principais eventos da modalidade e representa um dos destinos mais buscados pelos atletas de alto rendimento.
Ao final, ele deixa um conselho direto aos jovens que desejam transformar o jiu-jítsu em carreira. “Treine, especialize, treine mais e, quando achar que já é o suficiente, treine mais.” A fala sintetiza o método que conduziu sua formação: constância e repetição, presentes desde a infância no tatame até a atuação atual como professor e atleta.