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Ídolo, brasileiro Falcão ainda não consegue enxergar seu sucessor

terra esportes - 31 de mar de 2007 às 16:57 183 Views 0 Comentários
Ídolo, brasileiro Falcão ainda não consegue enxergar seu sucessor

Jaraguá do Sul (SC) - O ala e dono da camisa 12 da Seleção Brasileira, Falcão, é um dos mais animados com a presença do futsal nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Grande astro da equipe, o atleta espera que o torneio seja um sucesso para valorizar o esporte e surgirem novas promessas. Para Falcão, o futsal brasileiro está carente de ídolos.

"Há alguns anos você tinha sempre três, quatro nomes na Seleção que os torcedores lembravam, como Manoel Tobias, Vander, Choco, Schumacher, Fininho. Hoje, normalmente quando se fala do time brasileiro, meu nome acaba sendo o mais lembrado, porque os jovens não conseguem se firmar".

Eleito o melhor jogador da Fifa, em 2004, Falcão ainda não consegue apontar com confiança o seu sucessor.

"Tem muitos bons jogadores, mas como eu falei, que não se firmam. Hoje eu apontaria o Dimas talvez, mas ele é meio fora do ar e de vez em quando se perde no jogo. A gente até brinca com ele".

Falcão acredita que o principal responsável dessa queda de estrelas no futsal brasileiro se deve ao maior poder aquisitivo dos clubes europeus que, assim como no futebol de campo, levam as jovens promessas cada vez mais cedo para o Velho Continente.

"Os meninos são levados para a Europa, com 18, 19 anos, porque os clubes brasileiros não tem capacidade para competir. Esses garotos acabam obtendo nacionalização e a Seleção perde a chance de ter grandes jogadores. Ano passado, a gente jogou com a seleção italiana e 13 jogadores eram nascidos no Brasil. Apenas o goleiro reserva era italiano mesmo. Isso também acontece com a Espanha e com a Rússia".

O ala da Seleção sabe que seu papel é importante para mudar essa situação. Falcão acredita que o título de melhor jogador do mundo não tem tanta importância, caso ele termine a carreira sem nenhuma conquista de relevância com a camisa verde e amarela, como um Mundial, por exemplo.

O camisa 12 sonha também em conquistar uma medalha de ouro olímpica. Para isso, o futsal precisa entrar no quadro de modalidades da Olimpíada, o que dificilmente acontecerá antes dos Jogos de 2012, em Londres. Atualmente com 29 anos, o jogador garante que, caso isso aconteça, fará de tudo para estar presente.

"Eu não fumo, não bebo e não saio à noite. Estarei com uns 35 anos e quero estar na Olimpíada. O meu estilo de jogo ajuda muito, porque a qualquer momento posso dar um passe diferenciado", afirmou o ala.

Vida de rei - No início de 2005, Falcão abandonou as quadras para tentar uma oportunidade no campo, no São Paulo. Após brigas com o técnico Emerson Leão, a sua passagem pelo time tricolor foi encurtada e o ala foi recebido novamente de braços abertos na equipe da Malwee, em Jaraguá do Sul.

Dois anos após essa oportunidade, Falcão parece nem pensar em voltar para o campo e muito menos de sair da cidade, localizada em Santa Catarina.

"A Malwee cobre todas as ofertas feitas para mim. No começo desse ano, outra empresa que está querendo entrar no futsal me fez um proposta muito acima do esperado. Eles foram lá e cobriram, porque sabem da minha importância para imagem da equipe e para a empresa".

Vivendo como um rei, Falcão cita alguns dos motivos que garantem sua permanência em Jaraguá do Sul.

"A cidade respira futsal. Eles vão inclusive construir uma arena para 9 mil lugares, com uma estátua minha na frente. Além disso, eu criei agora a minha escolinha, que conta com 280 crianças. A vida que eu levo ali, não vou levar em lugar nenhum".

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