Em comunicado feito na manhã desta terça (4) em Tóquio, a japonesa Honda anunciou a compra dos 55% das ações da British American Tobacco, a BAT, e passa a comandar com mão-de-ferro a BAR. A montadora já tinha 45% do time.
O GP do Japão foi o pano de fundo do anúncio da Honda por duas razões. Primeiro e obviamente, o fato de ser nipônica. Segundo, neste fim de semana a parceria com a BAR completa 100 GPs -- o grupo asiático voltou à F-1 em 2000.
A Honda sublinhou enfaticamente na coletiva de imprensa que está determinada a vencer o Mundial \"em alguns anos\" ao ter o controle acionário total da BAR. A escuderia continuará tendo base em Brackley e não mudará de nome.
A BAT, desta forma, deixa a categoria depois de sete temporadas encabeçando o projeto da BAR. \"Será triste terminar nossa sociedade, mas é satisfatório deixar a equipe nas mãos competentes da Honda, que provou ser vencedora no esporte\", falou o diretor de marketing da empresa, Jimmi Rembiszewski.
As ações da BAT serão adquiridas pela Honda até o fim do ano.
A 11ª equipe da F-1, se realmente for concebida, será bancada pela Honda. A informação vem horas após Takuma Sato e a própria montadora surpreenderem, em entrevista coletiva nesta terça-feira (4), ao falar da possibilidade da entrada de uma nova escuderia na categoria.
De acordo com o site \"Autosport-Atlas\", a Honda teria dois times, mas não faria do segundo uma escada para o primeiro, como no caso da Minardi-Red Bull. \"Não será uma espécie de equipe B, mas liderada por pessoas que têm conhecimento de F-1, que nunca estiveram na F-1\", falou um funcionário da cúpula nipônica.
A Honda já está em estágio final de negociações para dar luz à segunda equipe e pensa em procurar um parceiro -- com chances maiores de ser um patrocinador. Caso não o encontre, a temporada de estréia teria diretores do grupo de desenvolvimento da Honda na cidade de Tochigi, que trabalhou nos primeiros anos do vínculo dos nipônicos com a BAR.
A notícia, reveladora, de que um time pode estrear em 2006 foi idéia da própria Honda, que se viu acuada pelos fãs revoltados de Sato. A caixa de e-mails da montadora ficou sobrecarregada com milhares de mensagens coléricas pela saída do piloto da BAR. \"Todos ficaram tristes com Taku. E os torcedores nos deixariam sozinhos se não disséssemos nada\", declarou uma fonte.
Por estar tarde demais, a escuderia usaria modelos revisados do BAR007 nas primeiras etapas até que o chassi fique pronto. Sato seria o primeiro piloto e Anthony Davidson, outro dispensado da BAR, formaria a dupla titular.