A denúncia de racismo do atacante são-paulino Grafite contra o zagueiro argentino Leandro Desábato, do Quilmes, não irá adiante. No último domingo, o jogador confirmou ao programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, que não irá apresentar queixa-crime contra o atleta por conta das ofensas racistas que teria recebido no dia 13 de abril, durante um jogo pela Copa Libertadores da América.

\'Isso só vem atrapalhando a minha carreira e, se eu fizesse isso (apresentar a queixa-crime), atrapalharia a carreira dele também\', disse Grafite. \'Sei que muitas pessoas vão me criticar por isso, mas pensei muito e estou decidido. Quero esquecer esse assunto, que já me trouxe muitos problemas\'.

O \'caso Desábato\' aconteceu no dia 13 de abril, durante uma partida entre São Paulo e Quilmes, pela primeira fase da Libertadores, no estádio do Morumbi. Na ocasião, Desábato acabou sendo detido pela polícia e teve de passar duas noites na prisão até ser liberado para voltar a seu país.

O episódio ganhou repercussão internacional e gerou muita polêmica, sobretudo na Argentina, onde a imprensa considerou que houve exagero das autoridades brasileiras. Ao redor do mundo, Grafite foi citado como símbolo da luta contra o racismo no futebol - o são-paulino chegou até a ser homenageado pelo Senado brasileiro.

Grafite teria até seis meses para apresentar queixa-crime contra Desábato para que o processo fosse aberto. Com a desistência, o zagueiro do Quilmes não poderá ser processado e o caso será encerrado judicialmente.