Prova do equilíbrio demonstrado durante toda a temporada, a Copa Petrobras Pick Racing fecha o calendário automobilístico brasileiro no próximo dia 12 de dezembro, no Autódromo de Jacarepaguá (RJ), com três pilotos disputando o título durante o Grande Prêmio CEG/CEG Rio. Nelson Bazzo, João Campos e Emerson Duda chegam ao Rio de Janeiro em situações bem diferentes, mas com a mesma confiança para ser o campeão de 2004 da primeira categoria do automobilismo mundial a utilizar o Gás Natural Veicular (GNV) como combustível. Bazzo e Duda tentam mudar a história da Pick-up Racing e por um fim na hegemonia do atual tricampeão João Campos. E o caminho mais fácil para que isso aconteça é o de Bazzo. Com o descarte obrigatório dos dois piores resultados, o piloto de Caxias do Sul (RS) soma 90 pontos e precisa apenas de um terceiro lugar para conquistar o título. "Se eu for campeão acho que será feita justiça pelo que aconteceu neste ano. Mais do que qualquer outra equipe, a minha merece muito isso, pois trabalhamos muito dentro e fora da pista", afirma Bazzo. O piloto se diz tranqüilo para a última etapa, com um carro muito mais competitivo e adaptado às novidades do regulamento. "Treinamos bastante na semana passada e voltamos a ter condições de vencer, coisa que não aconteceu em São Paulo", diz. Mesmo precisando apenas de 12 pontos para definir o campeonato, Bazzo promete brigar pela vitória em Jacarepaguá. "Se o carro estiver como imaginamos vou fechar o ano com chave-de-ouro vencendo o GP CEG/CEG Rio", avisa. Sobre a possibilidade de pôr um fim no domínio de Campos, Bazzo diz que isso não é um fator que aumenta a motivação, mas afirma que se ocorrer será importante para mostrar o momento que a categoria vive. "Não temos mais um campeonato de um piloto só. O número de vencedores diferentes em corridas de 2004 (cinco) é a prova definitiva disso", ressalta Bazzo. Campos ainda está irritado com a penalização que sofreu na etapa de São Paulo. "Era para eu estar em uma condição muito favorável se não tivessem feito aquilo comigo", acusa. O tricampeão aguarda o julgamento do recurso na Confederação Brasileira de Automobilismo, que acontecerá na próxima quarta-feira, tentando recuperar os pontos perdidos em Interlagos. Para ele, a justiça será feita: "Estamos levando imagens que comprovam que o toque não foi intencional", analisa Campos, que soma 81 pontos com os descartes. Independente do resultado do recurso, o piloto considera grandes as chances de conquistar o tetracampeonato. "São duas possibilidades. Se eu recuperar os pontos só preciso cruzar a linha de chegada na frente de Bazzo. Se perder, contarei com a sorte e com o fato de muitos pilotos terem condições de andar na frente dele, como já aconteceu em outras corridas", prevê. Campos também voltou às pistas na última semana para os acertos finais na Ranger número 1. "Temos que trabalhar muito para que nenhum imprevisto aconteça. Só espero que o campeonato seja decidido na pista", alfineta. O piloto não definiu ainda se a segunda pick-up de sua equipe participará da corrida, mas sabe que isso pode ser uma arma importante a ser usada em Jacarepaguá. "Pode ter certeza que vou usar de todos os artifícios legais que estiverem ao meu alcance para ser campeão", avisa. Já Duda reza por um milagre. Com os dois descartes, ele cai para a terceira colocação, com 78 pontos. Para ser campeão, o paranaense precisa vencer e contar com que Bazzo não chegue entre os cinco primeiros colocados. Qualquer resultado diferente desse tira o paranaense da disputa. "Realmente a situação não está fácil, mas continuo acreditando que posso ser campeão, pois automobilismo é imprevisível", lembra. Além dos três que almejam o título, outros pilotos lutam para fechar o ano com vitória, visando a renovação de patrocínios. É o caso de Alessandro Da Cas, que corre em casa, do vencedor da última etapa, Gustavo Sucolotti, e dos que ainda não "debutaram" no alto do pódio este ano por puro azar: Cláudio Ricci, Milton Vianna, Marcel Wolfart e Flávio Marcílio, único representante da Dodge Dakota na competição. E o equilíbrio não se resume apenas ao campeonato de pilotos. As duas outras competições que acontecem na Copa Petrobras Pick-up Racing, uma envolvendo as montadoras e a outra entre as empresas fornecedoras dos Kits de conversão para GNV, ainda não têm definidos seus campeões. Nas marcas, a liderança é da Ford, com 116 pontos, seguida de perto pela Chevrolet, com 110. Como estarão em disputa 30 pontos no Rio de Janeiro, este será outro duelo que chamará atenção no dia 12. Entre os fabricantes de kits, a briga é da BRC, que tem 90 pontos, contra os 70 da Landirenzo. Rodagás, Galileo e Oyrsa já não têm mais chances. A Pick-up Racing conta com o patrocínio da Petrobras e apoio da CBA, Rodas Binno, Pirelli e MAT Cilindros.