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Dunga modera irritação com Kaká e condiciona Pequim a sacrifício

uol - 30 de mai de 2008 às 19:56 89 Views 0 Comentários
Dunga modera irritação com Kaká e condiciona Pequim a sacrifício

Seattle (EUA) - A animosidade na relação entre o técnico da seleção brasileira e a principal estrela da equipe no pós-Copa ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira. Após a baixa confirmada de Kaká nas Olimpíadas, devido à recusa de liberação do Milan, e da repentina cirurgia do meia, Dunga foi moderado ao se dirigir especificamente ao atleta, mas deixou no ar a insatisfação com o comprometimento do astro na equipe nacional.

"No futebol nada é surpresa. Ele passou por essa operação e não pôde se expor. Sobre a Olimpíada, quem paga o salário dele é o Milan, que usou a legislação de Fifa para não liberar o atleta. Nós temos que aceitar isso", disse o treinador, para em seguida deixar concluir sobre o tema em tom filosofal.

"Mas quando você está numa posição de comando, às vezes tem que tomar decisões que não são simpáticas, que sangram e doem. Às vezes você tem que ter coragem de ir contra aquilo que a mídia está pregando e descartar algum jogador que não apresenta espírito de seleção", declarou em Seattle, palco da partida contra o Canadá neste sábado.

Convocado para a disputa de dois amistosos nos Estados Unidos, Kaká acabou virando baixa depois de optar por realizar uma artroscopia no joelho esquerdo logo depois do encerramento da temporada italiana.

Considerada simples, a intervenção para a limpeza de fragmentos no joelho foi liderada por José Luiz Runco, médico da seleção brasileira. A expectativa é de que Kaká consiga se recuperar em 15 dias, a tempo de reforçar a equipe na rodada dupla das eliminatórias contra Paraguai (15 de junho, em Assunção) e Argentina (dia 18, em Belo Horizonte).

Nesse meio tempo, a estrela do Milan ainda deve acompanhar o nascimento de seu primeiro filho.

Outro ponto de tensão na relação de Kaká com a comissão técnica da seleção foi a recusa do Milan em liberar o meia para a disputa dos Jogos de Pequim, como um dos três jogadores de exceção fora da \'idade olímpica\' (23 anos ou menos).

Sobre Pequim, Dunga usou o comprometimento de Robinho para ilustrar o que espera de suas estrelas. "O Robinho nunca mede esforços para estar com a seleção. Está conosco em todas as oportunidades, independentemente do sacrifício. Isso acaba sendo levado em conta", diz o treinador, que deve incluir o atacante do Real Madrid como uma das exceções acima de 23 anos na lista olímpica.

Histórico de animosidade - Em 2007, Kaká e a comissão técnica liderada por Dunga já haviam exposto atrito após o pedido de liberação do meia da disputa da Copa América, em iniciativa que publicamente desagradou o comando da seleção.

Antes, em 2006, logo depois do Mundial, Dunga iniciou sua gestão na seleção com uma espécie de 'geladeira' para os astros remanescentes da Copa. Kaká e Ronaldinho Gaúcho ficaram fora da primeira convocação e, nas seguintes, ainda experimentaram o banco de reserva.

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