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Dunga aposta no ataque para salvar o seu emprego em Santiago

gazeta esportiva.net - 7 de set de 2008 às 06:36 115 Views 0 Comentários
Dunga aposta no ataque para salvar o seu emprego em Santiago

Santiago (Chile) - Apesar de aparentar tranqüilidade no cargo, a verdade é que Dunga sabe que um tropeço da seleção brasileira diante do Chile, neste domingo, às 22 horas (de Brasília), em jogo válido pela sétima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2010, poderá decretar o fim de sua conturbada passagem como treinador da equipe pentacampeã mundial.

Por isso, e para apagar a má impressão deixada nos Jogos Olímpicos de Pequim, quando caiu nas semifinais com uma derrota por 3 a 0 para a Argentina, o treinador irá colocar o Brasil no ataque para o duelo do estádio Nacional, com Robinho, Luis Fabiano e Ronaldinho Gaúcho formando o trio ofensivo.

"Gostei do comportamento do Robinho e do Luis Fabiano. Eles estão aproveitando bem a oportunidade", elogiou o comandante, garantindo que não adotou tal formação por estar preocupado com os comentários de que sua equipe é defensiva demais. "Todo mundo fala, mas tem que ver dentro de campo. Com a bola, o Brasil tem que jogar. Sem a bola, recompor rápido. Temos que achar esse equilíbrio", pediu.

"Pelas características dos nossos jogadores, o time está com uma formação mais aguda, mas é necessário ter calma e paciência com a bola nos pés para criar as jogadas ofensivas", completou Dunga, já revelando algumas das instruções passadas ao trio de atacantes da seleção.

O técnico evitou comentar, no entanto, que a equipe brasileira entrará em campo com "obrigação" de vencer para salvar seu emprego. "Lógico que a pressão na seleção é grande e a obrigação de vencer também, mas, quando vence, não se fez mais do que a obrigação", filosofou, forçando um trocadilho.

Na última vez em que a seleção atuou com os Robinho, Luis Fabiano e Ronaldinho juntos, obteve bom resultado: bateu a seleção uruguaia por 2 a 1, no Morumbi, em jogo disputado no dia 27 de novembro de 2007. "Guardo boas recordações daquele jogo, mas no Chile será diferente. Espero ter um desempenho bom ao lado dos meus companheiros", declarou Luis Fabiano, autor dos dois gols brasileiros na ocasião.

Robinho e Ronaldinho Gaúcho também estão empolgados com a possibilidade de ver a seleção atuando de forma ofensiva mesmo na casa chilena. E prometem se empenhar na marcação para não deixar a equipe desguarnecida no campo de defesa diante de um adversário com jogadores perigosos, como Matias Fernandez, Suazo e Valdívia.

"Temos que ajudar o time quando não estivermos com a bola e, com ela, buscar o gol o tempo todo. Vamos ter a função de criar as jogadas de ataque e vou atuar com liberdade, mas mais pela esquerda, como fazia no Barcelona e estou fazendo no Milan", testemunhou Gaúcho. "O Luis Fabiano é um artilheiro nato e o Ronaldinho tem uma técnica incrível. Todo esquema tático é válido desde que haja comprometimento e todos ajudem na marcação para não sobrecarregar os jogadores que atuam mais atrás", complementou Robinho.

A opção por um trio ofensivo também dá esperanças aos brasileiros de acabar com um incômodo jejum: desde a vitória por 3 a 2 sobre o Canadá, em 31 de maio, a equipe principal não balança as redes dos adversários. Nas últimas três partidas, perdeu para Venezuela e Paraguai, ambas por 2 a 0, e empatou com a Argentina. Se passar novamente em branco, iguala marca negativa da década de 90, quando a equipe era dirigida por Falcão.

Ronaldinho Gaúcho vê o retrospecto negativo como um incentivo extra para o confronto de domingo. "É uma pressão (o jejum de gols), mas é motivante também", argumentou. "Sabemos que temos condições de voltar a fazer gols e também de buscar as vitórias, pois nossos jogadores têm muita qualidade", completou o novo craque do Milan.

Segundo maior artilheiro brasileiro na história dos duelos contra o Chile, com seis gols, atrás apenas de Pelé, que tem oito, Robinho compartilhou do otimismo do companheiro de ataque. E também projetou o fim do jejum neste domingo, na capital chilena. "Me sinto em casa na seleção e espero atuar da melhor forma possível, meter gol e ajudar a equipe a vencer."

O escolhido para municiar o trio ofensivo foi Diego, do Werder Bremen, que venceu a disputa com Júlio Baptista. Na defesa, sem Juan, suspenso, quem ganha chance é Luisão, formando dupla com o capitão Lúcio. Kléber assume a lateral-esquerda em lugar de Gilberto, que não foi convocado. O volante Lucas, expulso em Pequim, ficará à disposição apenas diante da Bolívia, quarta-feira, no Rio de Janeiro.

Sem medo: A força ofensiva prometida por Dunga para o time brasileiro não assusta ao técnico argentino Marcelo Bielsa e aos jogadores do Chile. Com dez pontos na classificação, um a mais que o Brasil, os donos da casa terão um incentivo financeiro de US$ 350 mil para sair de campo com a vitória e mais próximos da Copa do Mundo da África do Sul.

"Nós não nos conformamos com o empate. Nós queremos terminar em primeiro nas Eliminatórias e, para isso, temos que ganhar do Brasil, da Colômbia e de todos os rivais", avisou o "Mago" Valdívia, que pode jogar improvisado como terceiro atacante ao lado de Alexis Sanchez e Suazo, em lugar de Beausejour.

Também não está descartada a entrada de González ao lado de Sanchez e Suazo e o recuo de Valdívia para sua posição original, ficando Matias Fernandez apenas como opção no banco de reservas.

Independentemente da formação que for adotar, Marcelo Bielsa, conhecido na Argentina como "El Loco", mostrou equilíbrio e preferiu não exagerar no otimismo ao analisar o encontro contra o Brasil.

"Ele nos disse para sermos prudentes nas declarações. Falou que podemos mostrar confiança entre nós, mas alertaram que não podemos esquecer que vamos jogar com a melhor seleção do mundo e que não somos a Alemanha", comentou à agência Efe um jogador chileno, que pediu para não ser identificado.

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