Depois de discutir com o superintendente Marco Aurélio Cunha em um programa de TV e dizer que não pretendia ficar mais no São Paulo, Diego Tardelli afirmou nesta terça-feira que estava com cabeça quente naquele momento. Sua intenção é ficar no São Paulo e ser reintegrado ao elenco, de preferência antes do Mundial de Clubes, em dezembro.
Ciente de que esta utopia não se tornará realidade, Tardelli, minutos depois, mudou de idéia novamente e cogitou não treinar no CT de Cotia, com as categorias de base, como exigem os dirigentes do São Paulo, que lhe multaram em 40% do salário. O técnico Paulo Autuori foi discreto e não falou sobre a indisciplina do atacante de 20 anos, mas já avisou que jamais trabalhará com ele novamente.
"Se for verdade que eu não terei chances de ser reintegrado em algum momento, não há motivo para ficar treinando. Conversarei com o meu empresário (Giuliano Bertolucci) e decidiremos o que fazer. Talvez seja interessante esperar até o ano que vem para buscar uma transferência", disse Tardelli, que tem contrato com o São Paulo até dezembro de 2008.
Emerson Leão, treinador que recuperou Tardelli em sua passagem pelo Morumbi, disse que gostaria de contar com o jogador em seu novo clube, o Palmeiras. A diretoria são-paulina, no entanto, dificilmente vai liberá-lo para um rival.
"Eu ainda sou o vice-artilheiro do time, mesmo não sendo aproveitado. Fui campeão paulista, marquei gol na final da Copa Libertadores. Nunca sou valorizado. Fui perseguido pelo Juvenal (Juvêncio) quando o time estava em má fase. O São Paulo tem fama de fazer essas coisas. O mesmo aconteceu com o Kaká. Talvez eu possa fazer como ele e mostrar meu potencial lá fora também", disse o atacante.
Helicóptero - Depois de negar ter faltado ao treino do último domingo por estar embriagado, Tardelli disse que passou mal por causa de uma combinação bombástica de churrasco, cerveja e bolo, consumida na festa de sua namorada.
O jogador também confirmou ter tentado pousar de helicóptero no CT da Barra Funda para a concentração de sexta passada. Naquele dia, o jogador saiu do treino da manhã, foi até o litoral sul para dar seu primeiro passeio com um amigo de Jundiaí, dono da aeronave. "Eu tinha de me apresentar às 15 horas. Pedi autorização para o Doutor Juvenal Juvêncio e ele não deu. Então pousei no Nacional, do outro lado da avenida", afirmou Tardelli, que garantiu não ter chegado atrasado para a concentração, na véspera da derrota contra o Santos.