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Copa do Brasil Feminina recebe elogios, mas CBF sofre cobrança

Feminino
ge.net - 11 de dez de 2007 às 16:54 136 Views 0 Comentários
Copa do Brasil Feminina recebe elogios, mas CBF sofre cobrança

São Paulo (SP) - O título do Saad, na chuvosa noite do último sábado em Brasília, marcou o encerramento da primeira competição nacional de futebol feminino organizada pela Confederação Brasileira de Futebol. Representando o Estado do Mato Grosso do Sul, o tradicional time não se livrou de uma equilibrada decisão 'paulista' diante do forte Botucatu na Copa do Brasil.

Antes criticada pela falta de agilidade na organização e por criar uma tabela utilizando critérios duvidosos, colocando grandes clubes frente a frente logo na primeira fase eliminatória, a CBF conseguiu, ao término do torneio, arrancar elogios dos principais técnicos e dirigentes dos clubes protagonistas da Copa do Brasil.

Primeiramente preterido do torneio por desavenças com a Federação Paulista de Futebol e garantido apenas por causa da parceria com os sul-mato-grossenses, o presidente do Saad, Romeu de Castro, acredita que a competição representou um passo importante para o crescimento do esporte feminino no país.

"Em termos de organização, foi o maior evento do futebol feminino já disputado no Brasil e estados como Rondônia, Acre e Roraima conseguiram enviar seus clubes representantes", elogiou o dirigente, que também alertou para a grande divulgação da competição nos locais da partida.

Emocionada com a taça erguida no Estádio Mané Garrincha, localizado na capital do Brasil, a zagueira Tânia Maranhão considera a conquista o começo de uma nova realidade, no qual as jogadoras possam disputar anualmente uma competição organizada pela CBF. "Espero que esse título possa ser o primeiro de muitos", comemorou a atleta.

O técnico da seleção brasileira, Jorge Barcellos, já expressava a importância de realizar um campeonato interno desde a sua volta da Copa do Mundo, na qual levou a equipe verde-amarela ao vice-campeonato. "Elas não podem ficar paradas, por isso devem jogar até por clubes diferentes e de pouca tradição", afirmou o treinador no início da Copa do Brasil. Ele compareceu ao jogo decisivo entre Saad e Botucatu.

Símbolo esportivo de sua cidade, o Botucatu também compartilha do prestígio que a Copa do Brasil de futebol feminino concedeu aos times participantes. Como conta com o apoio da prefeitura, a equipe paulista foi acompanhada de perto na decisão contra o Saad por suas autoridades locais. Segundo o técnico Edson Castro, esse apoio foi essencial para o vice-campeonato no torneio.

Embora tenha enaltecido o apoio recebido da prefeitura de Botucatu, Castro ressaltou que nem tudo saiu perfeito e criticou principalmente a falta de organização e pouco tempo para montar o time da competição. "Houve dificuldades para montar a equipe no começo. Precisei trazer três jogadoras de fora (a zagueira Mônica e as atacantes Loirão e Nenê). Começamos a competição após realizar apenas dois coletivos", revelou, que também aproveitou para criticar as medidas tomadas às pressas pela CBF para organizar a Copa do Brasil. "Foi uma correria para registrar os documentos das atletas em função da falta de organização", completou.

Além dos dois finalistas, que sempre lutam por títulos em importantes competições da modalidade, a Copa do Brasil também revelou grandes surpresas. Após vencer em disputa por pênaltis o mineiro Benfica na decisão pelo terceiro lugar, o baiano São Francisco firmou-se com uma grande potência da região nordeste. O clube foi elogiado pelos outros participantes e revelou duas jogadoras importantes para a conquista de um lugar no pódio.

No entanto, algumas decepções nas fases eliminatórias também refletiram os critérios ruins utilizados pela Confederação Brasileira. Considerado um dos prováveis candidatos ao título, o Santos, que carregou o peso da camisa do clube profissional masculino, enfrentou o Botucatu logo na estréia e se despediu com um empate e uma derrota.

O clube da Baixada Santista, atual campeão paulista da modalidade, apresentou um elenco com jovens promissoras, que inclusive aturam nas seleções de base da seleção brasileira, como a dupla de zaga formada por Calan e Erikona. Sem lamentar o desempenho abaixo do esperado, o técnico da equipe, Kleiton Lima, enalteceu suas atletas. "São meninas que começaram a carreira muito cedo, mas já possuem experiência", declarou.

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