A bola bicolor não atrapalhou. A chuva, muito menos. Empurrado por quase 30 mil torcedores que lotaram o Parque Antártica, o Verdão encarou o Deportivo Táchira na noite desta quarta-feira e começou sua participação na Libertadores da América 2006 com o pé direito, batendo o adversário por 2 a 0 e abrindo vantagem para o duelo da volta, dia 1º, em São Cristóbal, na Venezuela.
Com dois gols polêmicos, um impedido e outro com uma possível falta sobre o goleiro Morales, o time de Emerson Leão garantiu sua quinta vitória seguida na temporada, mantendo o impressionante aproveitamento de 100% dos pontos disputados até o momento.
Antes de viajar para a Venezuela, o Verdão volta ao Parque Antártica sábado, às 18h10, para tentar confirmar a liderança isolada diante da Portuguesa Santista, uma das vice-líderes da competição, com três vitórias e uma derrota em quatro jogos.
O jogo - O Deportivo Táchira iniciou a partida disposto a mostrar que não veio a São Paulo para ser humilhado, e chegou a dificultar as ações do Palmeiras nos primeiros 15 minutos, arriscando, inclusive dois chutes ao gol de Marcos, ambos sem perigo.
Embalado pelos gritos da torcida e pela vontade de Edmundo, o Verdão tocava a bola com consciência e esperava o melhor momento para ameaçar o gol de Morales. Foi desta forma que Marcinho Guerreiro, aos sete minutos, recebeu de Edmundo e bateu forte, da intermediária, à direita do goleiro.
Após Ricardinho cruzar da direita e Washington tirar tinta do poste venezuelano, o Táchira surpreendeu e fez Marcos justificar pela primeira vez o apelido de "santo", ao desviar, com a ponta dos dedos, um bonito chute de Garcia, que ainda matou no peito antes de girar.
O susto não desanimou a torcida verde, que continuou empurrando até o gol sair, aos 19 minutos. Paulo Baier, que invertera de posição com Corrêa, recebeu livre pelo meio e achou Marcinho livre, nas costas da zaga. Com categoria, o camisa 11, livre e em posição de impedimento, apenas tirou de Morales: 1 a 0.
O gol empolgou o time e o Palmeiras partiu para cima. Marcinho voltou a testar o goleiro venezuelano pouco depois, arriscando de longe e obrigando Morales a ceder o escanteio. Também da intermediária, acertou o travessão do Táchira e, na volta, Corrêa chutou em cima do goleiro.
As últimas chances do primeiro tempo foram do Deportivo Táchira, e o atacante Rondon mostrou porque não fez sucesso com a camisa do São Paulo, primeiro ao receber livre de Garcia e, cara a cara com Marcos, chutar torto, sem perigo, e depois ao isolar a bola em um novo contra-ataque.
Mais polêmica: Sem Edmundo e Corrêa, que cederam suas vagas a Gioino e Reinaldo, o Palmeiras voltou para a etapa final com todo o gás, e não demorou para ampliar. Logo no primeiro minuto, Washington chegou perto cabeceando em cima de Morales após bom cruzamento de Ricardinho.
Aos quatro, em mais um lance polêmico, não teve jeito. Paulo Baier cobrou falta da direita, Morales não segurou e Gamarra, debaixo do gol, só empurrou para as redes. Após a confirmação do árbitro, o camisa um venezuelano levou cartão amarelo por reclamar de um empurrão não marcado sobre ele.
Aberta a porteira, o Palmeiras por pouco não construiu a goleada tão sonhada pela torcida. Aos nove minutos, Daniel aproveitou confusão na área e cabeceou para o chão, mas Morales, atento, evitou o terceiro gol. Pouco depois, novamente bem colocado, colocou para fora uma falta bem cobrada por Marcinho, da intermediária.
O Táchira assustou o goleiro Marcos somente aos 28 minutos com Rondon batendo de longe, com perigo. No lance seguinte, arrancou com estilo pela direita, mas, na hora de levantar a cabeça para cruzar, "esqueceu" da bola e saiu com ela pela linha de fundo.
Com o resultado garantido, o Verdão tirou o pé do acelerador e só chegou perigosamente em duas arrancadas de Cristian, que substituiu Ricardinho. No final, o placar de 2 a 0 ficou de bom tamanho para o Palmeiras, que pode até perder por diferença de um gol para chegar à fase de grupos da Libertadores. Se marcar um gol em São Cristóbal, o time do Táchira terá de fazer no mínimo quatro para se classificar, já que um gol fora de casa tem peso maior nos critérios de desempate.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 x 0 DEPORTIVO TÁCHIRA-VEN
Local: Estádio do Parque Antártica, em São Paulo (SP).
Data: 25 de janeiro de 2006, quarta-feira.
Árbitro: Ricardo Grance (PAR).
Assistentes: Nelson Valenzuela e Celestino Galvá, ambos paraguaios.
Renda: R$ 409.428,00.
Público: 28.979 pagantes.
Cartões amarelos: Reinaldo, Marcinho Guerreiro (Palmeiras), Valbuena, Morales, Ospina (Táchira).
Cartão vermelho: nenhum.
Gols: Marcinho, aos 19 minutos do primeiro tempo; Gamarra, aos 4 minutos do segundo tempo (Palmeiras).
PALMEIRAS-BRA: Marcos; Paulo Baier, Daniel, Gamarra e Lúcio; Marcinho Guerreiro, Corrêa (Reinaldo), Ricardinho (Cristian) e Marcinho; Edmundo (Gioino) e Washington.
Técnico: Emerson Leão.
DEPORTIVO TÁCHIRA-VEN: Morales; Boada, Lancken (Valbuena) (Hernández), Perozo e Cuevas; González (Javier Campos), Villafraz, Ospina e Chacón; García e Rondon.
Técnico: Manual Plasencia.