Madri (Espanha) - Foi difícil como era esperado, mas a seleção brasileira feminina de basquete superou a Espanha na partida de abertura da rodada desta quarta-feira do Torneio Pré-olímpico, em Madri. Apesar de mais irregular na segunda metade do confronto, a equipe do técnico Paulo Bassul venceu por 71 a 68 (40 a 35 no primeiro tempo).
O resultado garantiu ao Brasil a primeira colocação no grupo C, evitando o confronto contra Cuba nas quartas-de-final. O adversário brasileiro será a Bielorrússia, que venceu Taiwan nesta quarta.
Com a quinta-feira de folga, os quadrifinalistas voltam a jogar na sexta, ainda sem horário definido. Quem passar às semis carimba o passaporte para os Jogos Olímpicos de Pequim. Os perdedores disputam a quinta e última vaga olímpica.
O jogo - Ao contrário dos outros dias, quando a torcida manteve-se em número modesto na arquibancada, desta vez a presença foi bem mais significativa. Animada, empurrou a equipe da casa nos momentos decisivos, tentando fazer a diferença.A seleção brasileira começou bem e liderou o marcador nos 5 minutos iniciais. A ala/pivô Amaya Valdemoro empatou e colocou a Espanha na dianteira (12 a 10), dando nova dinâmica à partida.
A vitória no Pré-olímpico devolve a derrota sofrida pelo Brasil no Mundial de 2006, em São Paulo. Na primeira fase do torneio, as espanholas venceram por 67 a 66.
Com marcação forte, as donas da casa dificultaram as ações do Brasil, que ainda assim se manteve na briga e não permitiu o distanciamento das adversárias no placar. A liderança seguiu alternada até o empate em 18 a 2 minutos do final, quando as espanholas passaram à ponta.
O Brasil teve a oportunidade de fechar o quarto na frente. Com 34 segundos para o final, Kelly sofreu falta de Cindy Lima e converteu os dois lances livres deixando a seleção com 23 a 22. Mas no contra-ataque, Anna Montaña gaantiu os pontos decisivos da parcial, finalizada em 24 a 23.
Se no primeiro quarto o técnico Paulo Bassul manteve as titulares em quadra praticamente todo o tempo, colocando apenas Grazi no lugar de Kelly com duas faltas, no período seguinte, ele começou com várias modificações. Êga e Kelly cederam vaga para Mamá e Grazi e Claudinha foi substituída por Natália.
As mudanças não comprometeram a produtividade brasileira, que abriu quatro pontos (34 a 30) nos 5 minutos iniciais e se manteve na liderança para fechar em 40 a 35. Apesar de algumas falhas básicas - chegou a estourar o tempo de posse de bola e desperdiçou alguns ataques por precipitação -, o grupo não perdeu o controle da partida.
Para tentar fugir do prejuízo, as espanholas arriscaram muitos arremessos de três, dez tentativas, mas não conseguiram converter nenhum deles. Já as brasileiras buscaram um pouco menos o recurso, oito tentativas, mas tiveram 25% de aproveitamento.
Além da longa distância, o Brasil também foi superior nos lances livres. Oitenta por cento de aproveitamento contra 63% das espanholas.
O terceiro quarto começou com o grupo verde-amarelo mantendo a condição de líder. No retorno de Micaela e Iziane, o time abriu 47 a 36, mas perdeu Êga que foi para o banco com o acúmulo de três faltas.
Ao contrário da etapa anterior, dominada sem grandes complicações pelo Brasil, esta foi marcada pela irregularidade das comandadas de Bassul. Com problemas na finalização, o time desperdiçou uma dianteira de 11 pontos e acabou a parcial na frente, mas com apenas quatro pontos de diferença (53 a 49). A Espanha voltou de vez para o jogo com uma bola de três de Palau, a primeira em 14 tentativas da equipe na partida.
Novamente Palau deixou sua equipe encostada (53 a 52) no primeiro lance do último período. Apesar da pressão espanhola, as brasileiras foram administrando uma vantagem modesta (57a 54), mas não mantinham a mesma coordenação de jogadas em quadra.
A compensação do grupo vinha com decidas rápidas das alas Micaela e Iziane e melhor eficiência defensiva. Apesar da inconstância de algumas pivôs, como Êga que não estava em seu melhor dia, o Brasil dominava as ações embaixo da cesta em especial na defesa com 33 rebotes (26 defensivos) contra 30 da Espanha (11 no ataque).
Nos momentos decisivos, as espanholas contaram com a experiência de Palau. Com três bolas de três no último período, ela complicou a vida do Brasil, baixando a diferença para três pontos (63 a 60).
Sentindo a pressão, Bassul pediu tempo, tentando colocar a casa em ordem. Mas a veterana Valdemoro aproveitou falha de Iziane e deixou a distância em apenas um ponto (63 a 62).
Micaela aproveitou dois lances livres a 35 segundos do final, mas a Espanha respondeu com mais uma cesta de Montañana (67 a 66). Com a posse brasileira a 16 segundos, Iziane ganhou e converteu dois lances livres graças à falta de de Pascua, deixando o placar em 69 a 66.
Valdemoro sofre a falta com seis segundos por jogar e converte seus primeiros lances livres. Claudinha também sofre falta e marca para definir o placar em 71 a 68.