São Paulo (SP) - A seleção brasileira masculina de basquete tenta por fim à longa espera na fila por uma vaga olímpica a partir desta quarta-feira, estreando no Torneio Pré-olímpico de Las Vegas. O primeiro adversário será o Canadá, a partir das 21h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pela Sportv 2, ESPN Brasil, BandSports e TV Esporte Interativo. Desde as Olimpiadas de Atlanta-96, o Brasil não se classifica para o evento.
Para garantir presença em Pequim-2008, o grupo comandado pelo técnico Aluísio 'Lula' Ferreira precisa chegar à final do torneio em Nevada. Caso não seja bem-sucedido, necessita ficar de terceiro a quinto lugar para ter direito à segunda e última chance de classificação no Pré-olímpico mundial, em junho do ano que vem.
"Nunca tivemos um grupo tão forte quanto esse", destaca o armador Leandrinho Barbosa para demonstrar porque está tão otimista de obter a classificação. Em Las Vegas, Lula optou por cortar o ala Marcus Toledo, que joga pelo Torragona, na Espanha, e manter o armador Nezinho. Assim, a seleção será composta pelos armadores Valtinho, Marcelinho Huertas e Nezinho, os alas/armadores Leandrinho e Alex Garcia, os alas Guilherme Giovannoni, Marquinhos e Marcelinho Machado e os alas/pivôs Tiago Splitter, Nenê, João Paulo Batista e Murilo. Somente Valtinho e Nezinho não têm experiência em clubes estrangeiros.
A luta pela vaga olímpica fez Nenê pôr fim às diferenças com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e retornar ao grupo após uma ausência de 4 anos. Contando com força, quase, máxima no torneio, Lula também está confiante. "Eles sabem que chegou a hora", diz, animado. Para os jogadores, levar a equipe até Pequim significará muito para a retomada evolutiva da modalidade no país. "Conseguir esta qualificação vai ajudar muito porque vamos continuar um trabalho feito há muito tempo", completa Leandrinho.
Apesar do jejum olímpico que tem amargado, o Brasil possui em seu currículo três medalhas de bronze na competição (Londres-48, Roma-60 e Tóquio-64. Em Atlanta, o time que contava com Oscar e Marcel terminou na sexta colocação.
"O importante será render o que sabemos", ressalta Nenê, pensando na busca pela vaga. Competindo no Grupo B do torneio, o Brasil enfrenta os Estados Unidos, principais favoritos ao título, ainda na primeira fase. Acostumado ao duelo com os norte-americanos pela NBA, o jogador do Denver Nuggets acha que isso pode ser até favorável à seleção brasileira. "Pode ser bom porque nas próximas fases a gente não se cruza".
E vencer os Estados Unidos, que contarão com LeBron James, Carmelo Anthony, Jason Kidd e Kobe Bryant em sua formação, não é uma possibilidade descartada pelo paulista. "Tudo é possível. Hoje, o nome não faz mais diferença".
No último Pré-olímpico, o Brasil terminou na sétima colocação. A equipe era bem parecida com a que está em Las Vegas. Dos 12 relacionados por Lula, oito atuaram em Porto Rico-2003 - Valtinho, Nenê, Leandrinho, Guilherme, Marcelinho, Splitter, Alex e Murilo. Da equipe convocada para esta temporada, apenas o ala/pivô Anderson Varejão não pôde atender ao chamado porque não conseguiu resolver sua situação na NBA em tempo. Mas o caminho até Las Vegas foi marcada por várias dificuldades na escalação.
Nenê só foi liberado pela NBA na semana passada, após uma longa espera para que os Nuggets definissem o valor de seu seguro. Splitter só pôde treinar a partir da quinta-feira anterior à viagem para a Copa em Porto Rico. O mesmo aconteceu com Guilherme Giovannoni, que dependia de liberação do médico após uma cirurgia na boca. A maior espera foi pelo ala/armador Alex Garcia. O jogador quebrou o dedo anular da mão esquerda no Pan-americano, precisou ser operado e só poderá voltar a jogar no Pré-olímpico.
Apesar dos contratempos, a seleção fechou sua preparação pré-olímpica de maneira positiva. A equipe venceu a Copa Tuto Marchand, no último domingo, em Porto Rico. O torneio foi disputado também por Argentina, Canadá e pelos donos da casa, somente os argentinos venceram o Brasil na competição.
Atual campeã olímpica, a Argentina disputa o pré-olímpico sem a base da equipe campeã em Atenas-2004. Dos jogadores da NBA somente Carlos Delfino (Toronto Raptors) e Luis Scola (Houston Rockets) integram o grupo do técnico Sérgio Hernandez.