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Árbitra da Capital apita jogos da Liga Feminina em Santa Catarina

jeozadaque garcia/da redação - 13 de ago de 2010 às 15:59 280 Views 0 Comentários
Árbitra da Capital apita jogos da Liga Feminina em Santa Catarina Única árbitra do Estado no quadro da CBFs, Carolina está em Criciúma apitando a Liga Futsal Feminina.

Campo Grande (MS) - Elas estão cada vez mais "invadindo" campos que antes eram freqüentados somente por homens. Apesar do preconceito, não se intimidam com cara feia e se impõe durante os jogos. É cada vez mais comum ver mulheres apitando jogos de futebol e futsal em Mato Grosso do Sul, e com isso elas estão sendo convocadas até mesmo para apitar jogos nacionais em outras localidades. É o caso da campo-grandense Carolina Alves dos Santos, única árbitra do Estado no quadro da CBFs (Confederação Brasileira de Futebol de Salão) e que está em Santa Catarina, onde é árbitra na Liga Futsal Feminina, que está sendo realizada no ginásio José Antônio Carrilho, em Criciúma.

Carolina é professora de educação física em Campo Grande e árbitra de futsal há oito anos. Destes, há cinco está no quadro nacional da CBFs, motivo de muito orgulho e que já lhe rendeu diversas viagens pelo país. "Este ano já estive na Taça Brasil Adulto, em Anápolis (GO), em março. Em junho fui pra Caçador (SC), na Taça Brasil de Futsal Feminino Sub-20. No mês seguinte fui para Balneário Camboriu pela Taça Brasil Sub-17 Feminina, onde apitei a final da competição entre ALCAM e Brusque, ambas de Santa Catarina", enumera.

Ela começou na arbitragem 'por acaso'. Ex-atleta de futsal, enquanto cursava Educação Física acabou aceitando o convite de amigos para fazer o curso. "Sempre fui apaixonada pelo esporte e meus amigos me convidaram para fazer parte do grupo. Como já estava na área, fazendo faculdade, eu aceitei", lembra.

Além de ter que agüentar a 'cornetagem' da torcida, jogador que reclama e técnico que grita o tempo todo, a professora reconhece que a parte financeira da atividade não é compensatória. "Não estou nesta área pelo dinheiro. Aliás, todos os árbitros têm sua profissão. Essa é apenas uma atividade paralela", conta a árbitra, que consegue até mil reais por mês apitando jogos no Estado. "Quando têm competições nacionais esse valor dobra", acrescenta.

Além de apitar jogos de futsal, Carolina já comandou jogos das séries B, C e D do Campeonato Brasileiro de Futebol no ano passado. Na Liga Feminina, ela deverá apitar quatro partidas até o final das disputas. Hoje, a Federação de Futebol de Salão de Mato Grosso do Sul (FFSMS) conta com seis árbitras em seu quadro. Destas, duas estão afastadas e cursando faculdade de Educação Física.

Preconceito - Apesar de reconhecer que os atletas respeitam mais as mulheres do que os homens, a campo-grandense reclama que mesmo assim é discriminada quando apita jogos masculinos.

"Sofremos preconceito quando apitamos jogos masculinos, dos atletas e dos técnicos. Eles acham que esse não é um esporte para mulheres", critica. "Por outro lado, os coordenadores pedem a nossa arbitragem em suas competições, como é o caso das escolas particulares", pondera.

"Em Mato Grosso do Sul ainda há pessoas que se surpreendem quando encontram mulheres apitando, mas são pessoas que não convivem com competições frequentemente. Isso só muda com o tempo, e temos que continuar com o trabalho e a dedicação que nós mulheres sempre temos", finaliza.

Atletas apoiam 'apito rosa'

Mesmo sofrendo com o preconceito, elas são bem-vindas nos campos. Parece contraditório, mas é isso que garantem os próprios atletas.

"Mulher tem mais tato, não é estúpida como alguns árbitros são", comenta o jovem João Gabriel de Paula, de 16 anos, que disputa diversas competições escolares na Capital. "Sem contar que elas dão um charme a mais na quadra", brinca.

Outra que apoia as mulheres apitando jogos é a jogadora de futsal Fernanda Bessa, de 18 anos, que joga pela equipe da UCDB e defende ainda as cores do Comercial nos campos.

"São mais calmas, conversam mais com a gente", conta, mas faz ainda uma ressalva: "Mas depende também da árbitra. Tem umas que são muito chatas", finaliza.

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