Da Redação
Isadora Gavilan Hollo Bispo, conhecida no esporte como Isa Gavilan, nasceu em 15 de abril de 2008, em Dourados (MS). Hoje, aos 17 anos, vive uma rotina que envolve estudos, treinos e planos claros para o futuro no futebol. A relação com o esporte, segundo ela, começou dentro de casa. “Desde que nasci, o esporte sempre esteve presente no meio da minha família”, afirma. O interesse pessoal, porém, surgiu por volta dos 7 ou 8 anos, quando acompanhava o pai nos jogos e transmissões. “Sempre via meu pai jogar e assistir, até que um dia eu disse para ele que queria jogar também. Foi aí que ele me colocou na minha primeira escolinha de futsal.”
O futsal foi o primeiro contato de Isa com a prática esportiva, mas o futebol de campo se tornou uma das bases da sua formação. A transição entre as modalidades fez com que ela percebesse diferenças importantes. “Existem muitas diferenças: espaço, formato da bola, estilo de jogo, dinâmica. Muita diferença”, resume. A convivência com ambientes distintos contribuiu para a evolução técnica e ampliou o entendimento sobre o jogo.
Isa lembra com precisão do momento em que deixou de ver o esporte como atividade de lazer e passou a tratá-lo como projeto de vida. “Aos 12 anos, deixou de ser um hobby para ser um sonho.” A decisão veio acompanhada do apoio familiar. “Meus pais e minha família” foram, de acordo com ela, as maiores influências em sua trajetória. Esse suporte, segundo afirma, foi fundamental para que mantivesse o ritmo de treinos e estudos.
A atleta reconhece que conciliar rotina esportiva e escolar exige organização. “Saber conciliar tudo é um desafio, mas nada que a gente não dê um jeito. Ser focada em ambos é essencial”, diz. Para Isa, o esporte também tem um papel formativo. “Acredito que o futebol, além de formar atletas, forma também cidadãos.”
Apesar do avanço das mulheres no esporte, Isa relata que já enfrentou situações de preconceito. A forma como decidiu lidar com esses episódios foi direta. “O preconceito existe em todo lugar, mas eu não ligo para opiniões alheias. Aquilo que não integra na minha vida, eu não pego para mim.” As dificuldades, afirma, não desviaram seu foco.
Dentro de quadra e de campo, acumulou experiências que marcaram a trajetória. Entre os momentos mais lembrados, cita conquistas coletivas em diferentes estados. “Quando fui campeã estadual paranaense, sul-mato-grossense e dos Jogos da Juventude do Paraná, foram marcantes.” A vivência competitiva reforçou características que considera determinantes para sua evolução. “Acredito que disciplina e persistência”, afirma ao mencionar seus pontos fortes.
Isa reconhece que ainda busca avanços, especialmente na forma como se relaciona com a própria cobrança. “Preciso melhorar em diversos fatores, mas ter mais paciência comigo mesma, em relação à autocobrança e à autoestima.” A consciência sobre esses aspectos aparece alinhada aos objetivos para os próximos anos, que já estão bem definidos. “Quero seguir apenas o futebol agora. Busco me profissionalizar, ser bem-sucedida, ser uma atleta de referência, jogar pela seleção e ir para o exterior.”
Ao falar com outras meninas que desejam iniciar no esporte, Isa retoma seu próprio percurso para incentivar quem ainda sente insegurança. “Eu digo: só comecem, pois as melhores coisas da vida são um passo depois do medo ou de qualquer insegurança.” Ela completa reforçando o impacto que a prática esportiva teve em sua vida: “O esporte muda vidas, e ele mudou e vem mudando a minha. Se é o seu sonho, corra atrás, lute. A vitória vem para aqueles que não desistem.”