Lisboa (Portugal) - Em uma decisão inédita, a organização do Rali Dacar anunciou nesta sexta-feira o cancelamento da 30ª edição do evento, que a princípio começaria neste sábado, em Portugal, devido a ameaça de atentados terroristas nas etapas que seriam disputadas na Mauritânia.
"A primeira responsabilidade da ASO é garantir a segurança de todos: da população dos países visitados, dos competidores amadores e profissionais, do estafe técnico, jornalistas, parceiros e colaboradores", explicou a empresa que organiza o Dacar em seu comunicado oficial sobre o cancelamento do Rali.
Nesta quinta-feira, o governo da França havia solicitado que seus cidadãos não participassem do evento. Na véspera do último Natal, quatro turistas franceses foram mortos na cidade de Aleg, a 250 quilômetros da capital Nouakchott, tragédia atribuída a terroristas da organização Al-Qaeda.
Três dias depois da chacina, homens armados mataram três soldados em uma região afastada e pouco povoada ao norte do país, na fronteira com Argélia e Marrocos. Com estes incidentes, a França alertou seus cidadãos a não viajarem à Mauritânia, pois o "risco de terrorismo" era uma realidade.
"Os organizadores do rali foram informados dos riscos durante uma reunião no Ministério de Relações Exteriores e Européia", disse o porta-voz do governo francês, Laurent Wauquiez.
Com início marcado para este sábado em Lisboa, o Rali Dacar terminaria apenas em 20 de janeiro com a chegada a Dacar, no Senegal. Os competidores chegariam a Atar, na Mauritânia, no dia 11 na finalização da sétima etapa. Depois, seriam mais sete etapas e um dia de descanso no país ameaçado pelo terrorismo.
Esta não é a primeira vez que este rali sofre problemas deste tipo. Etapas programadas para acontecer ano passado, no Mali, foram canceladas após os serviços de segurança da França terem descoberto uma ameaça de rebeldes argelinos.