São Paulo (SP) - Cotadíssimo para assumir uma vaga de piloto titular na Renault para a temporada 2008 da Fórmula 1, o brasileiro Nelsinho Piquet admitiu que aceitaria exercer a função de segundo piloto de Fernando Alonso na equipe. De acordo com a imprensa européia, o espanhol exige privilégios garantidos em contrato para voltar a correr com o carro do time francês.

Esta possibilidade, porém, não abala o filho do tricampeão mundial Nelson Piquet. "É o meu primeiro ano na Fórmula 1, então eu aceitaria qualquer coisa", resigna-se. Possível futuro rival de Nelsinho, Felipe Massa, da Ferrari, acredita que o compatriota terá problemas em primeiro ano na Fórmula 1. "O Nelsinho é um excelente piloto e tem tudo para fazer uma grande carreira. Mas, esse primeiro ano vai ser diferente do caso do Lewis Hamilton. Na Renault, onde o Alonso foi bicampeão, as coisas podem ser mais difíceis para o Nelsinho", adverte.

Segundo informações que correm pelo paddock, Nelsinho teria uma cláusula em seu contrato garantindo-lhe a titularidade no ano que vem. A indecisão de Alonso, porém, pode afetar o seu futuro e o brasileiro não esconde a sua ansiedade. "Continua a mesma coisa dos últimos três meses: vai não vai e ninguém sabe de nada. Está demorando", explica.

"Estou há bastante tempo nesta indecisão, mas tento não pensar nisso até porque não vai adiantar nada. Quero descansar no Brasil e, se Deus quiser, voltar para a Europa como titular", comenta o piloto, eleito o "Novo Talento" na eleição do "Capacete de Ouro", principal premiação do automobilismo brasileiro, realizado nesta segunda em São Paulo.

Nelsinho garante que nem ele sabe o que tem ocorrido nos bastidores da equipe nos últimos dias. Além de Alonso, o finlandês Heikki Kovalainen também está sendo cotado para assumir uma vaga de titular da Renault em 2008. "Faz umas três semanas que eu estou tentando ligar para o chefe (Flavio Briatore), mas ele não atende o telefone", revela.

Por outro lado, o brasileiro assegura estar preparado para o desafio de pilotar um Fórmula 1 em uma grande equipe. "Como piloto de testes, eu pude olhar tudo o que aconteceu na equipe de perto, ter as informações que eu queria, olhar os dados de um piloto, ver o que realmente estava se passando no rádio. Enfim, saber exatamente o que aconteceu. E eu aprendi muito com isso. Foi um ano bom para respirar e me preparar bem", conta.

Nelsinho chegou à Renault depois de ter sido vice-campeão da temporada 2006 da GP2. Na disputa, ele travou intensa batalha com a hoje estrela Lewis Hamilton, que se sagrou campeão e carimbou seu passaporte para a McLaren. Mas, apesar do bom desempenho do colega em 2007, o brasileiro acredita que qualquer jovem talento teria desempenho semelhante ao do inglês.

"Todo piloto bom, se tiver um carro bom, vai andar na frente e a McLaren estava muito forte. Acho que Kovalainen, Rosberg, qualquer piloto que viesse da GP2 iria andar bem. Obviamente, o fato de o Hamilton entrar na Fórmula 1 na hora e lugar certo me deu mais vontade de estar lá também, ganhando corridas e mostrando o talento do pessoal da GP2", finaliza.