Clube de Tiro Esportivo do Pantanal promoveu primeiro campeonato interno
“Se um governo não confia em seu cidadão armado, quem não merece confiança é este governo”. A famosa frase de Benjamim Franklin é lema do Clube de Tiro Esportivo do Pantanal que promoveu no domingo (28) o primeiro campeonato interno depois da sua reativação, em abril deste ano. Participaram do evento homens e mulheres que disputaram as melhores colocações no tiro de precisão a 25 metros, nas categorias revólver, pistola e carabina, e no desafio do aço, nas categorias pistola e revólver. Crianças e adolescentes também competiram usando carabina de pressão.
Criado na década de 1920, o clube passou 16 anos desativado, mas já atrai interessados pelo esporte e conta com 86 sócios, pista de treino de 25 metros, 300 metros, local para prática de tiro defensivo, desafio do aço com cinco alvos para serem atingidos no menor espaço de tempo e atividade de tiro com arma de pressão, onde é utilizado o chumbinho. Do clube podem participar interessados de diversas idades, inclusive crianças acompanhadas de seus responsáveis. Atualmente, há cerca de oito mulheres praticando tiro.
Ronaldo Faro, presidente do clube, afirmou que o objetivo do campeonato foi aprimorar a prática do tiro, além de promover interação entre os participantes e mostrar o que o clube já realizou durante os quatro meses de funcionamento. Faro contou ao Diário Corumbaense que alguns sócios chegaram ao clube sem nunca terem dado um tiro e hoje estão se desenvolvendo na prática. “Inclusive, a maioria das mulheres aqui é atiradora de primeira viagem e muitas delas estão em condições melhores que alguns homens na prática de tiro”, afirmou o presidente do clube.
Prática esportiva prioriza segurança dos participantes
Na área de cerca de seis hectares, a organização do clube preza pela segurança de todos que ali estão. Faixas de proteção, armamentos com travas amarelas indicando que estão sem munição, barreiras de terra, espaço afastado onde as crianças circulam e praticam tiro com arma de pressão, tudo é pensado na segurança dos participantes. O próprio Exército fiscaliza como as armas dos participantes são guardadas em casa. Além disso, é feita toda verificação da vida social da pessoa, que passa também por teste psicológico antes de receber certificado de registro e ser habilitada para o esporte.
Regras como arma desmuniciada e trancada em cofre dentro de casa devem ser seguidas rigidamente pelos sócios. Durante a prática esportiva, o respeito aos comandos como “pista quente” ou “pista fria”, quando não se pode pegar nas armas, devem ser rigorosamente respeitadas pelos esportistas, que podem ser punidos ou expulsos caso não cumpram as regras. Major do Exército é instrutor de tiro no clube e auxilia na segurança e fiscalização dos treinos e campeonatos.
“O primeiro passo do atirador é receber uma aula teórica de instrução de como proceder no Clube de Tiro. Questões de segurança, manuseio da arma, conhecer a arma, depois disso são passados os procedimentos do dia a dia do clube, como ele deve se portar lá dentro, ele não pode consumir bebida alcoólica antes e durante a atividade. Antes de entrar no box, o participante vai verificar que tem uma área de segurança onde é feita verificação da arma, ela deve estar sem munições. Depois disso, é feita a segurança do atirador com óculos e protetor auricular. Depois vai aprender o momento de municiar a arma e de a pessoa atirar. É feita nova verificação para ver se a arma está descarregada”, explicou Ronaldo Faro.
De acordo com ele, nas estatísticas hoje de clubes de tiro no Brasil, há raríssimos acidentes com atiradores. Ele afirmou também que todo procedimento de segurança é realizado com o tiro com arma de pressão, utilizando chumbinho.
Famílias participam do esporte e incentivam filhos à prática
O empresário André Miguéis é associado ao clube junto com sua esposa, também civil, e mais dois filhos de 09 e 15 anos. Todos os quatro praticam tiro. “O tiro esportivo está crescendo,. Tivemos uma competição onde um brasileiro ganhou medalha olímpica no tiro, então, quem sabe o meu filho daqui a quatro anos não está ali na frente no ranking. A intenção e trazê-los, é deslanchá-los no esporte”, afirmou André.
Para ele, não há problema algum de seus filhos praticarem o esporte. Se houver conscientização e disciplina, o esporte é seguro. André contou que nunca havia atirado antes de se associar ao clube. “A oportunidade que a gente tem hoje de praticar o tiro esportivo, para a gente que gosta, não tem coisa melhor”, afirmou o empresário que se inspira nos militares, mais veteranos na prática, para poder atirar. André conseguiu acertar bem no meio do alvo, a uma distância de 25 metros, durante o campeonato.
Felipe Muñoz, de 15 anos, filho de André, pratica tiro com arma de pressão e gosta do esporte. “É uma educação que você pode passar para a criança que arma não é brinquedo e também é um esporte bom, você se diverte com os outros competidores”, afirmou o jovem, que acredita também que a medalha de prata olímpica conquistada pelo sargento do Exército Felipe Wu, nas Olimpíadas Rio 2016, tem sido grande motivadora para a prática no Brasil.
Depois de certa idade, os esportistas atiram com chumbinho podem pleitear junto ao Exército, com autorização judicial, o certificado de registro. “Hoje nós temos no Brasil um menino de 11 anos de idade que tem seu certificado de registro devidamente autorizado pelo Exército”, afirmou Faro, presidente do Clube de Tiro Esportivo do Pantanal.
Richard Dias, esportista e agente penitenciário, levou sua namorada para assistir ao campeonato. “É uma prática muito boa, é um esporte como outro qualquer, a diferença é que o tiro é um pouco mais discriminado. Quando a gente fala que é atirador esportivo, o povo fica com um ‘pé atrás’, mas é a mesma coisa dos outros esportes, a gente vem, se diverte, pratica o esporte, vem com a família. Fazendo com segurança e em local apropriado, não tem problema nenhum”, afirmou. Ele acredita que a discriminação de brasileiros quanto à prática de tiro acontece por falta de informação.
Vencedores do campeonato
No desafio do aço, quando o competidor precisa acertar os alvos na mais rápida velocidade, ficou em primeiro lugar Domingos Eduardo Cavalcanti Katurchi, na categoria revólver. Na pistola, o mais veloz foi Pedro Paulo Marinho de Barros.
No tiro de precisão a 25 metros, os campeões do sexo masculino na categoria revólver foram Pedro Paulo Marinho de Barros (1º), Domingos Eduardo Cavalcanti Katurchi (2º) e João Miguéis (3º). Na categoria pistola foram George Albert (1º), Gilson de Barros (2º) e Pedro Paulo Marinho de Barros (3º). Na carabina, os campeões foram Fernando Giordano (1º), João Miguéis (2º) e Bruno Gattass Fabi (3º).
As campeãs do tiro a 25 metros na categoria revólver foram Élida Carvalho (1º), Alessandra Chinelli Panes Oliveira (2º) e Regina Colle (3º). Na pistola foram Élida Carvalho (1º), Regina Colle (2º) e Anahy Fabi (3º). Na carabina foram Élida Carvalho (1º), Regina Colle (2º) e Alessandra Chinelli Panes Oliveira (3º).
Na categoria Kid’s, utilizando carabina de pressão, ficou em 1º lugar Antônio Pedro Marinho, em 2º lugar ficou João Gabriel Kalil e o 3º foi ocupado por Breno Miguéis. Na categoria juvenil, foram campeões Enzo Fabi (1º), Felipe Carneiro (2º) e Mylena Cristina (3º).
Serviço: O clube continua aberto a receber novos sócios. O interessado precisa pagar o valor de uma joia e a manutenção de R$ 60,00 mensais para participar. Para militares, não é cobrada taxa da joia. Quem se interessar, pode entrar em contato pelo e-mail: ctep@outlook.com.
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