Paralimpíada | Débora Oliveira | 31/08/2021 09h26

Com Recorde, Yeltsin Jacques conquista seu segundo ouro em Tóquio

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O sul-mato-grossense Yeltsin Jacques garantiu na noite desta segunda-feira (30), o seu segundo ouro nas Paralimpíadas de Tóquio. A medalha veio com direito a quebra de recorde mundial e um passeio isolado do campo-grandense no Estádio Olímpico.

Yeltsin dominou os 1500m da classe T11 (exclusiva para atletas cegos) e garantiu a 100° medalha brasileira nas Paralimpíadas. Ao lado do guia Antônio Carlos dos Santos (Bira), o paratleta completou a prova com o tempo de 3min57s60, larga diferença para o segundo colocado, o japonês Shinya Wada, que alcançou 4min5s27.

 

(Rogério Capela/CPB)

Quem vê tanta confiança e protagonismo em Tóquio, acha que foi fácil para o sul-mato-grossense chegar ao lugar mais alto do pódio olímpico. Sua trajetória é fruto de muito trabalho, desempenho e disciplina, um atleta que ousou desafiar seus limites para chegar na maior competição esportiva do mundo.

Em entrevista ao Esporte Ágil antes de alcançar o índice olímpico, Yeltsin já falava de onde vinha tanto amor pelo esporte. "Eu não vejo minha vida sem o esporte. Minha família descobriu minha deficiência, eu tinha seis meses. Com dois anos minha mãe já me deu uma bicicleta; com três anos eu entrei na natação e com cinco eu já nadava bem”.

O paratleta recebeu incentivo familiar, o que aos poucos, ajudou-o a iniciar no atletismo, esporte que mudaria o rumo de sua vida. Em meio a preparação para as Paralimpíadas, Yeltsin ainda precisou mudar de classe, pois competia pela maratona T12 (baixa visão) e, após uma piora de no quadro de visão, precisou se adaptar a classe T11 (atletas cegos).

Mesmo com dificuldades, a deficiência não atrapalhou o sonho do campo-grandense que, com a ajuda de sua esposa Janayna Yankha, continuou treinando e se empenhando. “Mesmo sem enxergar nada eu continuava treinando, tenho minha esposa que hoje é mais do que tudo para mim, minha parceira para todas as horas. Ela pega uma bicicleta e põe a guia no cotovelo e a gente vai, não ficamos sem treinar nenhum dia, nem meio período, faça chuva ou faça sol o nosso trabalho está sendo feito. Graças a Deus, a minha esposa e minha família, todo mundo que nos apoia, o meu pai e o Carlos”.

As medalhas de Yeltsin Jacques coroam a dedicação, o amor, e a disciplina de um atleta sonhador, que fez de sua deficiência um motivo para mostrar que nada é impossível para quem se empenha e vai à luta. Em Tóquio 2020, o sul-mato-grossense conquista o mundo.

Confira aqui a entrevista completa.

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