Cielo bate recorde no 4x100 e fala em medalha nos 100m livre

Pequim (China) - As eliminatórias do revezamento 4 x 100 m livre masculino terminaram com o Brasil desclassificado. A prova, porém, mostrou que uma medalha para o país está próxima. O paulista César Cielo abriu a prova e quebrou o recorde sul-americano dos 100 m livre, com 47s91.

"Melhor do que quebrar o recorde é que o pessoal esteja me observando. Eu tinha dúvida se iria abrir o revezamento ou não, para não me expor muito. Mas acho que a atitude de abrir, sem medo dos outros, foi boa para mim, para minha cabeça. Sei que os outros adversários vão estar de olho", afirmou o velocista, visivelmente cansado após a prova.

Ao completar sua participação, o nadador revelou que deixou a piscina tonto de tanto esforço. "Saí tonto, doendo por dentro. Só não vi Jesus dessa vez porque não foi tanto... Mas bem que podiam ter deixado de lado aqueles últimos 15 metros", disse, bem humorado.

Foi a primeira vez que Cielo nadou os 100 metros na casa dos 47s. Seu recorde anterior na distância era 48s34, obtido em abril, em prova nos Estados Unidos. A evolução fez o nadador falar até mesmo em pódio. "Vou baixar mais esse tempo ainda. E se abaixar um pouquinho, ainda posso brigar por uma medalha".

Para a televisão brasileira, o nadador chegou a citar o tempo de 47s50, o recorde mundial do francês Allain Bernard. "Não vejo porque não (poderia brigar pelo ouro). Vou nadar para isso", afirmou o paulista.

Curiosamente, nem Bernard, nem o recordista dos 50 m livre, a outra prova de Cielo, o australiano Eamon Sullivan, integraram os revezamentos de seus países. A França não sentiu a falta do recordista: Amaury Leveaux foi o único a abrir o revezamento e nadar mais rápido do que Cielo, quebrando o recorde olímpico dos 100 m livre com 47s76.