Luta de Braço | Pedro Nogueira/Da Redação | 24/04/2012 13h27

Eneacampeão brasileiro, bracista do MS pede apoio para ir à seletiva

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Campo Grande (MS) - O sul-mato-grossense Emídio Rodrigues Santos Júnior, um dos maiores bracistas do Brasil, tem uma meta este ano: disputar o 34° Campeonato Mundial de Luta de Braço, em São Vicente-SP a partir do dia 9 de setembro. Para se classificar, Emídio precisa ficar entre os três melhores de sua categoria (100 kg), após duas seletivas: uma em João Pessoa-PB, de 10 a 12 de maio e outra em São Vicente em junho.

Faltando cerca de quinze dias para a competição, Emídio ainda não encontrou apoio para poder viajar. " A Federação de Luta de Braço do MS enviou ofícios para a Funesp e para a Fundesporte pedindo ajuda nas passagens e até agora não recebeu nem resposta".

O bracista de 39 anos, dono de um lava-jato, lamenta a situação. "Ás vezes atletas do Estado não são campeões brasileiros, mundiais, porque não conseguem viajar para disputar competições fora". "A minha parte, dos treinamentos, estou fazendo. Preciso desse apoio financeiro para representar meu Estado e ser campeão", completou.

Títulos

Quando Emídio fala que tem chances de ser campeão, não é da boca para fora. Mesmo começando no esporte aos 29 anos, o bracista ostenta uma excelente lista de títulos. São três estaduais, dois sul-americanos e nove brasileiros. Além disso, Emídio fez a melhor participação de um brasileiro no Mundial em sua categoria: em 2010, em Los Angeles, EUA, ficou em quinto.

"Nos últimos oito anos fui convocado para defender a seleção brasileira em todos os Mundiais. Só fui nesse de 2010 nos Estados Unidos, isso porque amigos me apoiaram, investiram em mim. Ajuda do governo, seja estadual, seja municipal, nunca recebi".

Além de ser um dos favoritos pelo que já conquistou, as chances de Emídio se dar bem na seletiva para o Mundial é maior ainda pelo fato dele competir este ano na categoria Master. "A chance dobra, serei um dos mais novos do Master".

Evolução da Luta de Braço no MS

Emídio ajudou a fundar a Federação da modalidade em 2000 e foi presidente de 2008 a 2011. Para ele, a descentralização foi um dos fatores que fez a luta de braço crescer no Estado. "Antes só tinha campeonato em Campo Grande e de vez em quando em Bonito. Agora nesses últimos anos já teve em Aquidauana, Jardim, Ponta Porã, Três Lagoas, Coxim. Isso expandiu o esporte, fez com que atletas que moram no interior pudessem competir".

Mesmo assim, ainda vê dificuldades. Emídio sabe que um bracista do MS aceitaria propostapara lutar por uma equipe de outro estado. "Eu mesmo, em 2004 e 2005 lutei por Paraná. Foram dois anos ótimos, ganhei dois brasileiros, viajava de avião para as competições, eles bancavam tudo. Era uma época difícil, a Federação não estava conseguindo pagar todas as despesas e eu não podia perder a oportunidade. Eu fui e atendi as expectativas deles".

Emídio também foi convidado em 2009 para defender o São Caetano-SP. Porém, era presidente da Federação na época e, por amor ao esporte e ao Mato Grosso do Sul, não aceitou a proposta.

Filosofias diferentes

Após os relatos de Emídio e de vários atletas que têm dificuldades de ser esportista no Mato Grosso do Sul, é evidente que a filosofia de governo de outros estados é bem diferente da do MS. "Falta ao nosso governo e aos nossos empresários entender que pode ser lucrativo para eles investir em um atleta que vai levar o nome do estado para uma competição internacional. Vale a pena", finalizou Emídio.

O contato do bracista para patrocínios, apoio e incentivo é 8422-2022.              

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