Geral | Da Redação | 08/06/2024 09h05

Terra arrasada: Com Cezário na cadeia, TJD recomenda intervenção da CBF na Federação

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Com seu presidente da cadeia e os principais membros na mira da Justiça, o TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul) recomendou à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) que tome providências e nomeie interventor para regularizar o comando do futebol do Estado.

“No mais, defere-se o pedido de expedição de Ofício à CBF, com as nossas mais sinceras homenagens, para que a mesma avalie o caso concreto e, com a sabedoria que lhe é peculiar, nomeie com urgência o competente interventor para assumir a regularização do comando da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul”, informa a decisão do presidente do TJD-MS, Patrick Hernands Santana Ribeiro, publicada no último sábado (dia 25).

Todo poderoso do futebol de Mato Grosso do Sul há quase 30 anos, Francisco Cezário de Oliveira foi alvo de uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), braço do MPE (Ministério Público Estadual), no último dia 21 e acabou preso.

A operação “Cartão Vermelho” investiga possível lavagem de dinheiro na FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul). A entidade recebe recursos do Estado e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e há 28 anos é chefiada por Cezário.

Ao todo, os valores que teriam sido desviados, no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023, superaram a casa dos R$ 6 milhões.

Modus Operandi - Segundo o MPE, durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou, na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol, em benefício próprio e de terceiros.

Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da FFMS, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema.

Nessa modalidade, ainda conforme o Gaeco, verificou-se que os integrantes da suposta organização criminosa realizaram mais de 1,2 mil saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.

Os investigados também possuiriam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

Ainda segundo o MPE, esse esquema estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações, seja de serviços ou de produtos.

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