Geral | Da Redação | 12/06/2024 10h24

Para Gaeco, Cezário inventava projetos para receber vantagens indevidas

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A investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que levou para a cadeia o presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário, revelou que o cartola, supostamente, ‘inventava’ projetos para receber vantagens indevidas da entidade.

Segundo o órgão, as intenções criminosas para desvio de dinheiro da Federação também puderam ser identificadas por meio de conversas registradas nas interceptações telefônicas. Em uma delas, Cezário e uma pessoa identificada como Romeu conversam por ligação.

O dirigente, então, diz: “nós não temos um jeito de inventar um projeto pra nós ganhar dinheiro cara, um projeto ali por exemplo (n/c) ali no interior de SÃO PAULO tem um projeto da, das, dos times de futebol das prefeituras, não sei se você conhece esse projeto o ADACHITO uma vez trabalhou nele, você lembra ou não?”, questiona.

Eles seguem a conversa, discutindo a criação de projetos para esse objetivo, e Cezário diz: “Entende Romeu? Eu estava pensando vamos, tá louco rapaz, nós precisamos ganhar dinheiro desse futebol”.

Para os promotores do Gaeco, a fala denota que “a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul era utilizada para receber vantagens indevidas, com o desvio de verbas públicas”.

Os representantes do Ministério Público destacaram outra conversa, na qual Umberto Alves Pereira fala com Rudson.

Segue trecho que consta na denúncia: “CESARIO tem um projeto de cento e noventa mil do subsídio e questiona o quanto CESARIO investiu no campeonato e que não investiu nada”, o qual rebate que “sabem para quem vai o dinheiro”, ficando bem claro que FRANCISCO CEZÁRIO DE OLIVEIRA (“CEZÁRIO”) desvia as verbas do campeonato estadual em benefício próprio”.

A Operação - A operação “Cartão Vermelho” investiga possível lavagem de dinheiro na FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul). A entidade recebe recursos do Estado e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e há 28 anos é chefiada por Cezário.

Segundo o MPE, durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou, na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol, em benefício próprio e de terceiros.

Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da FFMS, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema.

Nessa modalidade, ainda conforme o Gaeco, verificou-se que os integrantes da suposta organização criminosa realizaram mais de 1,2 mil saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.

Os investigados também possuiriam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

Ainda segundo o MPE, esse esquema estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações, seja de serviços ou de produtos.

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