Fisiculturismo | Da redação | 21/03/2016 08h57

Atletas da Capital se preparam para disputar Mundial no RN

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Três atletas de Campo Grande se preparam para disputar, na cidade de Natal (RN), o Campeonato Mundial de Fisiculturismo da Nabba (National Amateur Body-Builders’ Association). O evento acontece entre os dias 17 e 18 de junho. Elas garantiram vaga no torneio após o bom desempenho no Campeonato Sul-americano da organização, disputado em setembro do ano passado na cidade de La Plata, na Argentina.

Juliana Foscaches e Gabriela Cavalcante, que ficaram em primeiro e terceiro lugar no Sul-americano, respectivamente, competem pela categoria toned, que prioriza um físico mais feminino, mas com bom tônus muscular. Já Claudete Santana, de 41 anos, briga pelo título mundial na physique, cujas atletas apresentam um corpo com mais volume.

“Eu e a Juliana somos da mesma categoria, mesma altura, tudo. É muito bacana e inédito isso no fisiculturismo”, observa Gabriela, de 21 anos, que começou a competir no ano passado e já conquistou, além da terceira colocação na Argentina, um título Estadual e outro terceiro lugar no Brasileiro de sua categoria.

Às vésperas da competição, conta, os treinos se intensificam. Atualmente, além dos exercícios de musculação, ela faz dois treinos aeróbicos por dia, indicados para reduzir o percentual de gordura corporal, e restringe ainda mais sua dieta: além de doces, frituras e refrigerantes, praticamente ‘proibidos’ para atletas, ela também reduz consideravelmente a quantidade de carboidratos de suas refeições.

“Hoje a dieta é bem restrita, a base de peito de frango, batata doce, ovos e whey protein”, resume.

‘Ex-gordinha’, Juliana Foscaches, de 30 anos, chegou a pesar 70 quilos durante a adolescência. Em 2007, viu na academia uma oportunidade de mudar seus hábitos. Desde então, dedicou-se aos treinos e, em 2014, disputou sua primeira competição: foi campeã estadual na toned e no overall.

No mesmo ano, disputou o Open Fronteiras, onde ficou em segundo lugar, e na semana seguinte conquistou o Open Cidade Branca, em Corumbá. Já em 2015, conquistou seus dois principais títulos: o Campeonato Brasileiro e o Sul-Americano, na toned e o overall, que lhe garantiu o passaporte para o Mundial.

“A rotina hoje é bem puxada, de domingo a domingo”, resume a atleta, que, por estar com o percentual de gordura baixo e em dieta restrita, reduz também a intensidade dos treinos de musculação. “Os treinos são intensos, mas não longos. De 40 a 50 minutos no máximo, e sem muita carga. São treinos com carga média, e muita repetição. Intensos, mas não muito longos”, explica.

“Como sou ex-gordinha, meu corpo adora acumular gordura. É uma briga constante com minha genética. Faço cardio todos os dias, sem exceção, duas vezes ao dia. Treinos de musculação apenas quatro vezes na semana”, completa.

Segundo a atleta, a principal dificuldade enfrentada é o preconceito. “Acho que no início foi bem complicado, pois poucos entendem e conhecem esse esporte, e tem muito preconceito ainda, além da falta de apoio. É um esporte caro e o atleta tira tudo do próprio bolso. Mas hoje, felizmente, tenho o apoio de empresas e marcas que investem em mim como atleta. Mas isso foi acontecendo depois dos títulos que conquistei”, completa.

Na toned, os jurados avaliam forma e proporção feminina, enquanto treinada e com moderado nível de gordura. O julgamento é conduzido em três etapas: simetria, rotina individual (poses) e comparações.

Gladiadora de Ferro - Já Claudete Santana é a mais experiente das três atletas que embarcam para a capital Potiguar. Ainda em 2010, quando começou competir, foi campeã brasileira na categoria figure pela IFBB (International Federation of Bodybuilding and Fitness). Em 2012, foi campeã, ainda na IFBB, da categoria bodybuilder. Em 2013 foi Top8 no Arnold Classic, Top4 no Brasileiro em 2014 e, no ano passado, foi campeã estadual, vice-campeã brasileira da Nabba e top-5 no Sul-Americano já na physique.

De olho no Mundial, a atleta iniciou o cutting - fase que busca a diminuição da porcentagem de gordura corporal, quando a dieta é alterada. “Um fisiculturista não é só fisiculturista quando sobe no palco. É preciso levar uma vida regrada e com restrições. Eu treino de segunda a sábado, tenho uma dieta extremamente restrita, evito baladas e preciso dormir bem”, afirma.

Ela, assim como atletas nas mais diversas modalidades esportivas em Mato Grosso do Sul, também encontra dificuldades para conseguir patrocínio. A fisiculturista é pensionista e trabalha como personal trainer e, somente com sua dieta, gasta mais de R$ 1 mil por mês.

“Eu banco todas as minhas viagens. Patrocínio na minha categoria [physique] é zero, já que meu físico não é muito comercial”, lamenta. “Eu e mais 22 atletas de todo o Brasil fazemos parte de um grupo que se chama Gladiadoras de Ferro. Lutamos pelo nosso espaço no esporte, por nossa imagem no fisiculturismo”, finaliza.

Atualmente, o grupo realiza eventos por todo o Brasil como forma de conseguir apoio e visibilidade para as atletas. O primeiro encontro foi em Franca (SP), em dezembro. Os próximos acontecem no mês de abril, dia 4 e 10, nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

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