Entrevistas | Gabriel Sato | 18/10/2020 09h33

Treinador sul-mato-grossense de futebol é entrevistado do EA TV

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Que vida de técnico no futebol brasileiro não é fácil, quase todo mundo sabe. Mas quais barreiras e dificuldades que esses profissionais precisam superar para trabalhar como treinadores no 'país do futebol'? Sonhos e planos mantém a esperança desses apaixonados pelo esporte, que sofrem com a falta de oportunidades, incentivo e preparação para iniciarem suas carreiras. Se para os treinadores dos times de elite, a permanência no cargo já é incerta devido aos maus planejamentos de clubes, imagina para profissionais que buscam uma chance nesse mercado confuso e agitado que é o brasileiro, e em regiões que carecem de estruturas no futebol como Mato Grosso do Sul.

Para saber sobre a vida de técnico no futebol brasileiro e sul-mato-grossense, o Esporte Ágil TV bateu um papo com o ex-atleta e atualmente técnico de futebol, Adriano Arce, campo-grandense que desde 2009 está na profissão e já treinou atletas em clubes de elite no Brasil, como o zagueiro Diego Costa, atualmente no São Paulo FC.

Adriano ao lado de Diego Costa atleta do São Paulo FC (Foto: Arquivo Pessoal)

A vida de Arce no futebol começou aos sete anos jogando bola. Aos 18, teve a oportunidade de ir para a Espanha, onde jogou pelo Celta de Vigo B e outras equipes. Por problemas extra-campo e vontade própria, desistiu da carreira de atleta e 'pendurou as chuteiras' ainda cedo, retornando para o Brasil. Por sempre manter uma boa relação com seus técnicos decidiu que tentaria a carreira, mas ai começaram os problemas. Jovem na profissão, o sul-mato-grossense não tinha um currículo extenso e na procura por uma oportunidade, ouviu diversos: Não!

Em 2009 conseguiu sua primeira chance na Escolinha Gol de Placa, que fechou suas portas neste ano devido à crise causada pela pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19). Desacreditado por ser um jovem técnico, começou sua carreira com dois alunos e duas bolas. A escolinha foi aumentando o número de alunos e quando Arce estava treinando 20 crianças, juntou com um time de projeto social que treinava, e montou uma equipe para disputa de um campeonato organizado pela franquia do Flamengo.

Sem uniforme e nem meião, Arce precisou correr atrás de camisas para que seu time pudesse jogar o campeonato, e na base da superação, foram campeões. Assim começava a carreira do técnico.

Geração de Ouro
Nos anos de 2012 e 2013, Arce conseguiu montar uma equipe que conquistou diversos títulos em Campo Grande. A equipe tinha nomes como Diego Costa (São Paulo), João Vitor (convocado para seleção sub-17), Glauber (Atlético MG), Douglas (Ponte Preta), Rômulo (jogou no Cruzeiro e hoje está no Chile). Franquiado do Cruzeiro (MG) na época, o campo-grandense começou a levar esses garotos para fazer testes em equipes de Minas Gerias e de outras regiões do Brasil. "Nunca fui de segurar atletas, sempre quis que eles crescessem e fossem jogar fora." Revela Arce.

Adriano Arce e seu atleta no centro de treinamentos do Cruzeiro (Foto: Arquivo Pessoal)

Com vários títulos nos anos seguintes, a meta do treinador era sempre ficar entre os três ou cinco primeiros nas competições, e com o bom desempenho, começou o processo de estudos para trabalhar com o alto rendimento de atletas, que de acordo com ele, é o seu foco atualmente. "Comecei a me capacitar e estudar para trabalhar no alto rendimento, hoje, preparo os atletas fisicamente para os clubes."

Adriano busca sempre aprender para evoluir profissionalmente, e para isso, mantém contato com profissionais consagrados da área como o treinador do Magnus Futsal Sorocaba, Ricardo Di Izeppe, conhecido como Mister Ricardinho, e o preparador físico da Seleção Brasileira e da equipe sorocabana, Mauro Sandri. Além de pedir conselhos e dicas, o ex-jogador do Celta de Vigo B participa de workshops e cursos para absorver mais conhecimentos e estar se atualizando.

Quarto em que Adriano guarda com carinho seus troféus, medalhas e presentes. (Foto: Arquivo Pessoal)

Pandemia
A pandemia do Novo Coronavírus em 2020 mudou a rotina de profissionais de todas as áreas e no esporte não foi diferente. Adriano viu a Escolinha Gol de Placa, a qual dava aulas, ter que fechar devido o surto da doença. Segundo ele, todos seus planos para este ano foram cancelados e ele teve que começar a investir no trabalho personal. "Recebi o Diego no período de pandemia, e estamos preparando os meninos para quando retornarem aos clubes".

Para 2021, fica a esperança de um ano melhor e o convite que Arce recebeu para trabalhar na Espanha, mas que teve que ser adiado devido à pandemia.

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