Entrevistas | Débora Oliveira | 27/04/2021 09h57

Esporte Ágil TV conversa com o paratleta Yeltsin Jacques

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Em busca da Paralimpíada de Tóquio, os paratletas brasileiros vêm treinando há mais de 4 anos, almejando o índice para alcançar a tão sonhada medalha no Japão. Com as restrições impostas pela pandemia do novo Coronavírus, os jogos que seriam realizados em 2020 foram adiados para agosto de 2021. 

Yeltsin Jacques, de 29 anos, é um desses atletas paralímpicos. Natural de Campo Grande, ele disputa a maratona T12, modalidade específica para pessoas com deficiência visual. Em entrevista ao Esporte Ágil, ele conta sobre sua preparação e treinos intensivos.

(Reprodução/Facebook)

Jacques tem um currículo extenso em campeonatos, participou das Paralimpíadas Rio 2016, foi vice-campeão no Campeonato Mundial de Lyon e tem participações em três Jogos Parapan-Americanos, sendo campeão em Toronto 2015 e em Lima 2019. Além de liderar em 2018 e 2020 o ranking mundial na maratona T12. 

Yeltsin entrou no esporte desde muito cedo, sempre incentivado pelos pais. “Eu não vejo minha vida sem o esporte. Minha família descobriu minha deficiência, eu tinha seis meses. Com dois anos minha mãe já me deu uma bicicleta; com três anos eu entrei na natação e com cinco eu já nadava bem”, comenta o atleta.

O apoio e o incentivo da família foram essenciais para sua introdução nas provas de corrida a longa distância, como a Maratona T12, modalidade de atletismo para atletas com baixa visão onde participam da prova com o auxílio de um guia.

"Eu dependo totalmente de um guia, porque eu tenho uma visão bem baixa, praticamente nada, só tenho algumas percepções de claridade. Então estarei correndo com um guia, em Tóquio, mediante ao uso de uma cordinha, uma corda guia”, explica Yeltsin.

A Paraolimpíada deste ano não contará com a presença do público vindo de outros países devido às restrições impostas pela pandemia,  algo que será muito diferente para quem já está acostumado a competir com o apoio da torcida e a sentir a emoção da prova apenas através da audição.

Competições

(Reprodução/Facebook)

Para participar de campeonatos nacionais e também internacionais, um dos maiores desafios desses paratletas é conseguir apoio financeiro que auxilia no custeio e transporte para as competições. 

Jacques relata que são seus patrocinadores que financiam seu deslocamento até as provas. “No meu caso, quando vou competir em modalidades do meu interesse, eu sou patrocinado pela Bolsa Pódio, do Governo Federal e Ministério da Cidadania, também tenho vários outros patrocínios de empresas que vem acreditando no projeto”.

O paratleta não recebe apoio financeiro de Mato Grosso do Sul, mas, pela primeira vez, vem tentando conseguir o Bolsa Atleta disponibilizado pelo Governo Federal, através da Fundação de Desporto e Lazer de MS (Fundesporte).

Yeltsin Jacques é a prova de que não há obstáculos para quem ama praticar esporte, encara diariamente os desafios da modalidade e não se imagina vivendo sem ela. O atleta agora, aguarda os resultados de seu esforço para competir mais uma vez nos Jogos Paraolímpicos de nível mundial. 




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