Entrevistas | Gabriel Sato | 21/08/2020 08h57

EA TV conversa com idealizadora do Grupo Areias da Esperança

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A quarentena tem construído barreiras na vida dos atletas por toda parte do mundo. Atividades esportivas tiveram que ser suspensas na maioria dos países em virtude do surto da pandemia do Novo Coronavírus, responsável pela doença Covid-19. Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, projetos como o Grupo Areias da Esperança, tiveram que ter seus trabalhos suspensos, para que se evite aglomerações. Para saber o que atletas e professores têm realizado neste período, o Esporte Ágil TV conversou com uma das responsáveis e idealizadora do projeto, Lucirlene Oliveira Silva, mais conhecida como 'Lucinha'.

Enfermeira de profissão, a campo-grandense é apaixonada pelo vôlei de areia, mas conheceu o esporte apenas aos 25 anos. Lucinha Oliveira é ex-atleta de futebol e foi zagueira do Operário Futebol Clube em seus anos futebolísticos. Após o nascimento de sua filha, Stephanie Oliveira Furtado, a ex-defensora do Galo conheceu a modalidade ao levar a pequena na praça e observar as pessoas presentes jogando. Começou a praticar o vôlei de areia e pôde representar Mato Grosso do Sul em várias competições que disputou.

Início do projeto Areias da Esperança

Segundo Lucinha Oliveira, o projeto começou por conta de sua filha, Stephanie Oliveira Furtado, de 17 anos, e seu sobrinho, Jean Cláudio dos Santos Silva, de 21. Os dois estavam crescendo e a enfermeira percebeu que pela altura de ambos, dava para investi-los no vôlei de areia. Os dois representam o estado a nível nacional, nas categorias juniores e adulto.

Os jovens começaram a treinar com o professor Mauricio Dantas, mas por falta de espaço para os treinamentos, o professor e os alunos precisavam buscar algum local apropriado para que pudessem realizar os treinos. De acordo com Lucinha Oliveira, no bairro em que mora, Maria Aparecida Pedrossian, havia uma praça que estava degradada, mas dava para fazer as atividades, então os jovens começaram a treinar neste local, denominado Praça dos Amigos, e com isso as crianças da região começaram a se interessar e querer treinar também.

"No começo, apareciam cerca de 10 crianças, depois esse número aumentou para 15 e foi crescendo a quantidade ao ponto de termos a necessidade de montarmos o projeto", revela Lucinha Oliveira. Para a criação da Areias da Esperança, a ex-atleta de futebol contou com a ajuda de sua amiga Luciana Cristofari, e juntas idealizaram o projeto que já soma dois anos de existência. Segundo Lucinha Oliveira, cerca de 50 crianças fazem parte do grupo, isso sem contar os adultos que também participam e jogam frequentemente.

Projeto soma dois anos de existência e conta com cerca de 50 crianças (Foto: Reprodução/Facebook)

O projeto é social, e de acordo com a idealizadora, não há dinheiro para pagar salário de professores, mas através de uma parceria com Fundação Municipal de Esportes (Funesp) e Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul, o projeto conseguiu a contratação do professor Maurício Dantas, que estava na Areias da Esperança desde o início, mas agora, terá que sair e será substituído pela professora Vanessa Borges.

Pandemia

De acordo com Lucinha Oliveira, a pandemia tem sido complicada, as crianças acostumaram a jogar na praça, e agora, não querem parar. Para fazer com que elas não fiquem sem praticar a modalidade, a professora emprestou bolas para praticarem em casa. "As crianças não conseguem ficar paradas, muitas pegam o varal de suas casas e fazem de rede para jogar", conta Lucinha Oliveira.

Aulas do projeto acontecem na Praça dos Amigos (Foto: Reprodução/Facebook)

A enfermeira também sofre por ter que ficar parada, e revela sentir falta de praticar o esporte todos os dias, mas busca alternativas para fazer nesta quarentena. "Eu tenho feito algumas dietas e busco fazer algumas atividades em casa, não todos os dias, mas às vezes, faço alguma."

O projeto com Stephanie Oliveira e Jean Cláudio dos Santos já soma cinco anos, mas com toda criançada na praça dos Amigos, soma dois. De acordo com Lucinha Oliveira, seu maior foco é tirar as crianças da ociosidade, pois quando elas estão no projeto, praticam atividade física e podem ter contato com pessoas mais velhas com muito à ensinar. "Na Areias da Esperança ensinamos o respeito ao próximo, a humanização, não permitimos desrespeito, trabalhamos questões ecológicas, como o lixo. Se alguma criança se tornará atleta nós não sabemos, mas o principal objetivo é formar seres humanos melhores."

Crianças do grupo em momento de descontração (Foto: Reprodução/Facebook)

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