Editorial | Da redação | 24/06/2016 14h23

Poderá a Chama Olímpica ‘reascender’ o esporte em MS?

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De passagem por Mato Grosso do Sul durante o final de semana, a Chama Olímpica remonta aos Jogos Olímpicos antigos, disputados na Grécia há mais de 2.700 anos. Ela evoca a lenda do titã Prometeu, que teria roubado o fogo de Zeus para entregar aos mortais. Durante os jogos, o fogo era mantido acesso durante as competições, tradição que foi esquecida e acabou reintroduzida nos Jogos de 1928, em Amsterdã, na Holanda.

Oito anos mais tarde, pela primeira vez diversos atletas transportaram uma tocha com a chama, desde as ruínas de Hera, na Grécia, até o Estádio Olímpico de Berlim, local da abertura das Olimpíadas daquele ano.

Ao longo do tempo manteve-se a tradição de transportar a tocha Olímpica com um revezamento por terra até a cidade-sede. No caminho, multidões se amontoavam para ver a chama, crentes que o símbolo traria boas energias para seu país. No Brasil, no entanto, a empolgação não tem sido a mesma, e muitos questionam não só a passagem da tocha, mas também a realização dos Jogos no Rio de Janeiro em maio ao turbilhão político que o Brasil atravessa nos últimos anos. Em Mato Grosso do Sul não é diferente.

Ao contrário da tocha, o esporte em nosso Estado anda apagado. Sem apoio do poder público e da iniciativa privada, com escassos atletas despontando nacionalmente, temos pouco a comemorar. Quem dera a empolgação que os grandes veículos tentam transmitir com a tocha em nosso Estado fosse real, e melhor: com os nossos atletas.

Já se imaginou torcendo em um Morenão lotado? Ou participando de um festival de lutas com o Guanandizão cheio? O atleta treinaria com mais afinco, buscando o máximo de suas potencialidades. Com a visibilidade, os patrocínios viriam, já que a marca da empresa estaria em evidência para muita gente.

As crianças, vendo ídolos em solo local, trocariam os jogos de computadores e as ruas por bolas e quadras. Além de formar possíveis campeões no esporte, reduziríamos consideravelmente o número de jovens acima do peso e transmitiríamos valores como companheirismo, educação, disciplina e respeito.

Esse investimento, consequentemente, refletiria em nosso sistema de saúde, hoje sobrecarregado, e na segurança pública, já que nossas crianças e adolescentes teriam uma ocupação, deixando para trás o tempo ocioso.

O Esporte Ágil não é espírito de porto. Não quer ser o ‘do contra’. Mas fazemos questão, sempre, de valorizar o desporto sul-mato-grossense. Queremos que essa chama, que toda essa empolgação, seja direcionada para nossos esportistas.

Cabe a nós, torcedores e jornalistas, comparecer aos estádios, ginásios, piscinas, pistas, e incentivar nossos esportistas. Desta forma estamos incentivando também os empresários e poder público a ‘reascender’ nosso esporte.

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