Editorial | Da redação | 05/10/2009 16h21

Outubro: Valorizar o "esporte" ou o "esporte local"? Eis a questão

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Mesmo com as conquistas alcançadas pelas brasileiras, quando o assunto é futebol, ainda o que se vê dentro do País é um apoio pequeno para as mulheres. Com certeza o desejo geral é que cada vez mais se popularize e seja valorizado financeiramente o futebol feminino. Porém, alguém ganha e outro perde.

Campo Grande fez festa e prestigiou a vinda da jogadora número um do mundo, Marta.  Afinal, ela, Cristiane & Cia merecem. Mas, o questionamento que fazemos este mês é mais profundo que os dez a zero da partida contra as meninas do Comercial, pois o placar foi decidido muito antes, ainda na fase de treinamento, com uma estrutura desigual para cada elenco.

Segundo a Revista Placar, de outubro, só para participar da Copa Libertadores da América de Futebol Feminino, o Santos conta com três milhões de reais. E, Mato Grosso do Sul, tem uma empresa que é "prata da casa" e que, segundo informações da Placar, garante boa parte desses recursos ao time da Vila Belmiro.

Lógico, para o marketing de qualquer empresa há uma importância estratégica, em associar sua marca a um time consolidado, como é o caso do Santos Futebol Clube. (E nem vamos falar de uma empresa-irmã, que não veicula em sua programação as marcas daqueles que investem no esporte regional e nem aceita nomes de "batismo" em seus torneios de futsal, sob alegação de seguir normas da Platinada).

Enquanto a iniciativa privada visa retorno rápido, o esporte local mantém os treinos com a boa vontade das atletas, que praticamente pagam para jogar. Se uma empresa que nasceu no Estado, pertence a um grupo que faz história, junto com o Estado, imagine com que olhos somos vistos pelos de fora. Sonhamos nós em ver estampado nos uniformes das equipes locais, bons patrocinadores, formadores e apoiadores de esportistas sul-mato-grossenses.

Por outro lado, jogadoras e técnicos comemoram o espaço ganho nos últimos anos. E ainda sonham com mudanças no cenário local após a realização da partida amistosa e com a participação de MS na Copa do Brasil, mas ainda estão com os pés no chão e sabem que seguir carreira aqui, ainda é impossível.

Somos bairristas em querermos o desenvolvimento do esporte Sul-mato-grossense? Queremos acreditar que além de comer sardinhas, seremos saciados com caviar também. Acreditamos que reverter o capital conquistado aqui, em projetos locais, não é pedir muito.

Bom, mas bola para frente, que lá vem outro campeonato! Como somos movidos por novidades, lógico, não poderíamos deixar de anunciar um mês especial para os esportistas. Três diferentes disputas nacionais estarão em Campo Grande.  Começando pela Stock Car, que movimenta neste início de mês o Autódromo Internacional.

Tudo está confirmado, o Estádio Morenão passa por mais uma "arrumação" e o tapa-buracos servirá para receber no dia 14, o jogo da Seleção Brasileira. Comandados por Dunga, e com o douradense Lucas Leiva convocado, o Brasil enfrentará a Venezuela, na última partida das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Para o campo-grandense, o gostinho de assistir a uma partida da Seleção custará pelo menos R$ 100, preço cobrado para a arquibancada. 

A Capital também será palco para Brasil x Rússia, no Futsal. Mais uma vez teremos a chance de acompanhar os grandes lances da Seleção, incluindo o jogador Falcão, que novamente se apresentará na cidade. O Desafio Internacional de Futsal será numa manhã de domingo no Guanandizão.

Quem sabe esses eventos nacionais ajudem o empresariado a ver com outros olhos o esporte local!

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