Editorial | Da redação | 07/10/2007 14h37

Outubro: Esporte luta por 1% do Orçamento

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Começou a luta para o Esporte ter fatia de 1% do Orçamento Nacional
Artistas pleiteiam 1% do Orçamento de Campo Grande e desportistas apenas assistem o desenrolar da história  

No dia três de outubro, foi comemorado o Dia Nacional de Mobilização pelo Esporte. Para marcar a data, nada mais justo que a reivindicação de todos os setores esportivos para que o esporte tenha direito à 1% do orçamento da União em 2008. Vários atletas autoridades estiveram presentes em reunião em Brasília, agendada pelo ministro Orlando Silva, para fomentar esta proposta. Entre as personalidades esportivas presentes, estiveram os campeões mundiais de judô Tiago Camilo e João Derly, o campeão de boxe Acelino Popó Freitas, o mesa-tenista Hugo Hoyama, o tenista Marcelo Melo e a nadadora Rebeca Gusmão.

Eles participaram de uma longa jornada no Congresso Nacional, ao lado de presidentes de confederações, parlamentares e por representantes do Ministério do Esporte, e o resultado parece ter sido proveitoso, pois diversos deputados e senadores se comprometeram em apresentar emendas que complementem o orçamento da Pasta, chegando até 1% do valor total do Orçamento Geral da União. Dentre os apoiadores, estão parlamentares da Comissão Mista de Orçamento; da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado; e da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara.

Caso a participação do Ministério do Esporte no Orçamento da União seja aumentado para 1%, a parta teria seu orçamento elevado de R$ 273,5 milhões (previsão para 2008) para cerca de R$ 1,2 bi. O recurso permitiria o fortalecimento da base do esporte brasileiro e a melhoraria da infra-estrutura principalmente em escolas e universidades.
Este seria um alento para o esporte brasileiro, que ainda sofre com a falta de recursos no esporte, provenientes tanta da iniciativa pública quanto privada. Nas palavras de um dos maiores vencedores do esporte brasileiro, o esportista Hugo Hoyama, muito já é feito com os recursos escassos; com o aumento para 1%, o que quase quadruplica a verba destinada ao esporte, as conquistas seriam muito mais freqüentes. E as conquistas viriam não apenas no alto rendimento, mas as conquistas diárias do esporte de base seriam mais freqüentes. Estas conquistas as quais me refiro são os fatores que tornam o esporte tão nobre, como suas funções educativas e inclusivas, que contribuem ricamente na educação e cidadania de nossas crianças; que afasta das drogas, da marginalidade, previne doenças e melhora o rendimento escolar. São conquistas como a do nosso campeão de boxe Popó, que esteve no Congresso para reivindicar o 1%, mas que quando criança esteve muito próximo do mundo da marginalidade e das drogas, mas através do esporte foi encaminhado e alcançou o respeito internacional. Grato, o boxeador baiano hoje ensina boxe para crianças carentes, retribuindo para a sociedade aquilo que o esporte lhe proporcionou.

Em Campo Grande, o Orçamento para 2008 foi apresentado no final do mês de setembro, pelo prefeito na Câmara Municipal. Segundo dados do Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, a Fundação Municipal de Esporte (Funesp) disporá de R$ 5, 607 milhões. O valor corresponde à aproximadamente 0,5% do orçamento da Capital para 2008, que foi de aproximadamente R$ 1,2 bilhões. O setor de cultura de Campo Grande, assim como no movimento nacional, começou a movimentar-se para reivindicar 1% para a cultura. Com união e vontade, conseguiram apoio de personalidades e vários vereadores. Podemos nos perguntar porquê o Esporte campo-grandense também não reivindica o 1%, sendo que ambos são instrumentos de educação, inclusão, lazer e socialização. A resposta é simples: faltam união e coragem. A impressão que temos é que toda a ajuda vinda dos órgãos públicos são tidos como presentes, mas não são. As federações, clubes e associações, quando promovem o esporte, fazem um grande "favor" para os administradores públicos, pois afastam crianças das ruas e dos hospitais, diminuindo índices de marginalidade e prevenindo diversos tipos de doenças. Este tipo de pensamento é tipicamente provinciano. Sociedades mais críticas e esclarecidas já entenderam que esporte e cultura não são meros adornos para a vida como um todo, mas uma necessidade do ser humano.

O Esporte Ágil torce para que a comunidade desportiva campo-grandense se úna sempre que necessário, tomando como exemplos os artistas da Capital, que com todo o "barulho" que estão fazendo, provavelmente terão seu pedido de 1% atendido, aumentando assim sua verba para R$ 12 milhões. O esporte da Capital também precisa estar atento à esta demanda de organização, e os dirigentes precisam atuar de forma consistente, não pedindo como quem mendiga, mas como quem atua de forma incisiva na melhoria da qualidade de vida da população, através do esporte - nossa sempre hasteada bandeira.

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