Editorial | Da redação | 10/02/2010 11h24

Fevereiro: Dirigentes se perpetuam por anos nas federações

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O ano mal começou e já temos polêmicas ligadas ao esporte. Para variar um pouco, duas eleições causaram muita reclamação. No Operário Futebol Clube, o criticado Tony Vieira, foi reeleito para mais 4 anos à frente da equipe mais tradicional do Mato Grosso do Sul, numa eleição que causou a revolta dos torcedores. Membros da torcida organizada Garra Operariana, afirmam terem esperado durante todo o dia no local marcado para a votação e garantem que nenhum membro do clube apareceu para o processo eleitoral. Já na Federação de Basquetebol de Mato Grosso do Sul, a chapa da situação, formada por Luiz Magalhães e Carlos Eduardo Stranieri, venceu a eleição promovida em janeiro. Contudo um fato chama a atenção: as únicas duas equipes que puderam votar, por estarem regularizadas na entidade, foram a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), de Campo Grande e o Colégio Objetivo, de Dourados. Coincidência ou não, ambas são dirigidas pelos candidatos da situação. O candidato da oposição, Mikimba, diz que já entrou na justiça para cancelar o resultado da eleição. Enquanto isso, Luis Magalhães segue na presidência da entidade, até que a justiça emita um parecer.

Os dois casos nos fazem refletir sobre algumas situações que continuam "emperrando" o esporte sul-mato-grossense. Histórias como essa descredibilizam, ainda mais, as nossas desgastadas modalidades. Mas a questão mais preocupante delas é que não existe mudança de pensamento no comando da maioria de nossas federações. Não estamos aqui julgando se um presidente é bom ou ruim, mas por melhor que ele seja não lhe dá o direito de criar raízes na entidade. A mudança de ideologia é algo natural e benéfico para o esporte, mas que segue não acontecendo em nossas federações. Nos 6 anos de Esporte Ágil nossa agenda pouco mudou. São sempre os mesmos, seja nas federações ou ocupando algum cargo público em nossas Fundações. Temos vários exemplos dessa situação em nosso Estado (se a carapuça serviu...).

Por mais que apareçam novos talentos, isso impede a renovação de nosso esporte. Com as mesmas "cabeças pensantes" no comando, nosso sistema esportivo os impede de alcançar o sucesso,  o que acaba levando-os para outros estados, em busca de reconhecimento. Todo ano parece ser a mesma coisa: os mesmos eventos, os mesmos dirigentes e, consequentemente, os mesmos problemas. Nosso esporte acaba tendo de sobreviver de fenômenos, como a jogadora de Vôlei de Praia Talita. Todo o dinheiro público é usado como assistencialismo, resolvendo as dificuldades de nossos esportistas, apenas momentaneamente, ao invés de se investir numa estrutura que poderá ser usada por outros atletas no futuro.

Copa São Paulo - Mantendo a tradição, as equipes que representam Mato Grosso do Sul, mais uma vez, deram vexame na Copa São Paulo de Futebol Júnior, principal competição de base do Brasil. Operário, convidado para participar do torneio, e o Comercial que garantiu vaga por ser a única equipe inscrita na federação local, não conseguiram nenhuma vitória no torneio.

O que será que nos diferencia tanto de outros centros de futebol? Material humano nós temos. Nossa grande dificuldade, para variar um pouco, continua sendo estrutural. Falta até água para os jogadores beberem em alguns treinamentos. Assim fica impossível competir num nível mais alto.

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